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quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Lenda da Mandorelha

Casa das Heras (Cercal do Alentejo). Existe ainda hoje a casa denominada a "Casa das Heras", que segundo se diz, antigamente funcionava como uma espécie de cativeiro. Tinha uma enorme porta em ferro e uma abertura para um outro lado onde, noutros tempos, existia uma espécie de queda de água revolta, e que hoje não passa de um pequeno curso de água calma.
Mas, a lenda diz-nos que uma rapariga foi presa da "Casa das Heras", tendo o seu pai lançado a chave para a queda de água, sendo este o sinal que a rapariga jamais sairia de lá com vida.
Nos primeiros tempos de cativeiro ouvia-se a rapariga cantar e via-se, pentear junto à abertura que dava para as águas revoltas e os campos verdejantes. Depois calou-se e não deu mais sinal de vida. Muitos anos depois alguém conseguiu entrar na casa e a única coisa que viu foi o chão gasto pela rapariga de tanto andar o mesmo percurso. Tentou então encontrar alguns vestígios da falecida,mas nada viu. E não se soube se ela escavou a sua própria cova ou se se atirou às águas.
Apenas se sabe que a partir daí, num certo dia do ano, a rapariga aparece à janela a pentear-se com um pente de ouro .

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Lenda do Brazão de Beja

Beja também tem a sua lenda. E esta pretende justificar a razão porque se encontra no escudo da cidade a cabeça de um toiro.
Muito antes dos lusitanos,o local onde hoje se encontra a nobre cidade de Beja eram campos ubérrimos de pão que vemos hoje, era um compacto matagal, impossível em alguns pontos de ser penetrado pelo homem.
«E uma serpente, uma serpente monstro que tudo matava, tudo triturava, era a horrível preocupação do povo que habitava no local, que mais tarde, no tempos dos romanos,se havia de chamar Pax-Julia, depois do domínio árabe se chamou Buxú e presentemente se chama Beja.
Um ardil porém germinou no cérebro de um habitante dessa região: envenenar um toiro e deitá-lo para a floresta onde existia a tal serpente. O toiro foi envenenado e deitado para o local indicado.
A luta foi tremenda entre as duas feras, saindo vencedor o monstro serpente.
Mas...volvidos alguns dias, a serpente foi encontrada morta ao lado dos restos do toiro salvador.
A lenda tem sido transmitida de geração para geração e com certeza não deixará de ser contada enquanto a cabeça do toiro se mantiver no escudo de Beja.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

A Lenda da Costureirinha.

Segundo diversos testemunhos, ouvia-se perfeitamente o som de uma máquina de costura, a trabalhar.
O som trepidante da máquina podia provir de qualquer parte da casa. Era um som tão familiar que não metia medo a ninguém. "A costureirinha estava ali a trabalhar"
Mas quem era ela ?
Segundo a tradição era uma costureirinha que em vida, costumava trabalhar ao domingo, não respeitando o dia sagrado. Outros são da opinião que ela não cumpriu uma promessa feita a S.Francisco.
Por não cumprir com os seus deveres religiosos, fora condenada após a morte, a errar pelo mundo dos vivos durante algum tempo, para se redimir.
No fundo ela é uma alma penada que expia os seus pecados.pelo não cumprimento de promessas feitas a Deus ou a Santos.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Lenda do Lobisomem

Numa terra do concelho de Beja, havia um lobisomem, que se transformava sempre numa encruzilhada, ou seja (um cruzamento de quatro ruas ou travessas).
Numa noite, já a altas horas, numa dessas encruzilhadas, o lobisomem transformou-se num chibo.
Quando isto se passou, um outro homem ali passou e encontrou o chibo.
Quando o viu ,disse logo par com ele:
Vou levá-lo para casa.
Tirou o cinto das calças e colocou nas pernas do chibo para o poder levar às costas.Quando ia no caminho com o chibo às costas ele cada vez pesava mais. Não aguentando o peso, tirou-o das costas para ver o que se passava. O chibo, muito rapidamente, pregou-lhe valentes coices e fugiu.
No outro dia, no trabalho, passou por ele um rapaz da aldeia que tinha fama de ser lobisomem. E não era que o rapaz trazia à volta ada cintura, o cinto que tinha servido para amarrar o chibo na noite anterior.

sábado, 15 de novembro de 2014

Lendas do convento da Provença (Ribeira de Nisa)

Perto da Ribeira de Nisa ficam as ruínas de um convento, que se situa numa propriedade que deve ter pertencido ao pai de Nuno Álvares Pereira.

Aí, diz-se que na noite de São Pedro aparece uma moura com um tabuleiro com nozes e que as oferece à pessoa que encontrar.

No entanto, ninguém se atreve a tirar uma noz, porque se acertar em determinado fruto ficará rico, mas se não acertar será mordido por uma serpente.

Versão com proveniência desconhecida. Publicada em  http://209.85.229.132/search?q=cache:N8wUMLlkKqsJ:www.cm-portalegre.pt/page.php%3Ftopic%3D20+%22lenda%22+%22portalegre%22&cd=2&hl=pt-PT&ct=clnk&gl=pt (página consultada em 14/1/2010).

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Lendas do convento da Provença (Ribeira de Nisa)

Na manhã de S. João, aparecia ao pé da fonte uma menina com um tabuleiro de nozes, que as oferecia a quem a visse. Como ninguém aceitasse partir uma só noz, ela permanece encantada até que alguém numa manhã de S. João lhe quebre o encanto. Se acaso ninguém a visse, deixava na terra as suas pegadas.



Que também ao pé do tanque um homem viu uma serpente que procurava lamber-lhe as mãos, para assim se desencantar.



Também no velho convento, dentro de uma pedra que tinha letras que ninguém entendia, havia um encanto. Para quebrarem esse encanto, foram três homens, os quais riscaram no chão um quadrado, acenderam três velas, e começaram a ler o livro de S. Cipriano. O que aconteceu ao lerem o primeiro capítulo, não se lembrava a pessoa, mas ao lerem o segundo, o mato começou a crescer dentro da casa, e as velas apagavam-se e acendiam-se por si. No último capítulo ouviram um barulho medonho vindo do interior da pedra, bem como uma voz que dizia:

- “Não tenteis tirar o encanto, senão morrereis.”

Os homens não fizeram caso, mas o barulho cresceu como se fossem montanhas a cair, e eles fugiram cheios de medo.

Versões de Ribeira de Nisa (Portalegre), recolhidas e publicadas por Maria Tavares Transmontano (1989) – Subsídios para a Monografia da Ribeira de Nisa (Concelho de Portalegre), Portalegre, Edição da Autora: 37 – 38.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Lenda do tesouro da Serra de São Mamede


[C]onta[-se] […] que há na Serra um sino de ouro, que já tem o pé gasto das cabras lhe passarem por cima.

Versão de proveniência desconhecida, recolhida e publicada por Maria Tavares Transmontano (1994) – “Serra de São Mamede”, in Sol XXI – Revista Literária, Lisboa, nº 11, Dezembro: 80.

domingo, 5 de outubro de 2014

Lenda do tesouro da igreja de São Domingos (Fortios)

[M]e deixeram alguns velhos daqueles montes que se tem por tradição antiga haver naquele lugar (aquém os mouros chamam S. Domingos da Penha) o maior tesouro junto que há no mundo, porque afirmam estarem dous sinos muito grandes enterrados ao pé de ũa figueira alvar, cheios de ouro amoedado […].

Versão de Fortios (Portalegre), recolhida em finais do século XVI ou princípios do século XVII por Diogo Pereira Sotto Maior (1984) – Tratado da Cidade de Portalegre, (introdução, leitura e notas de Leonel Cardoso Martins), Lisboa, INCM / Câmara Municipal de Portalegre: 42.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

O último abegão em Serpa

É uma maravilha ver a precisão de movimentos com que molda o azinho, apesar dos seus 88 anos, não utiliza novas tecnologias que poderiam facilitar o seu trabalho, tudo aqui é artesanal, como se o tempo 

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

O poço sem fundo do castelo de Marvão

Existiu um poço na praça principal do castelo de Marvão, junto à torre de menagem. Tinha uma escada circular. As pessoas ao descerem as escadas, por serem tão íngremes, sentiam tonturas e caíam no fundo que estava cheio de água. 
Nessa água habitavam monstros que, naturalmente, comiam as pessoas. Dizem os habitantes que em certas noites se ouviam os gritos das almas dos que lá morreram.
Atribuem aos cristãos a construção da cisterna que tem uma ligação ao chamado “poço sem fundo”. […]
O túnel que liga o poço à cisterna, mais ou menos a meio, tem uma sala escavada na rocha, que contém bancos também escavados. Por cima dos bancos, há uma espécie de nichos. As pessoas chamavam-lhe a sala de conferência dos deuses. Os deuses reunir-se-iam aí nas alturas do combate para decidirem a sorte dos atacantes e dos atacados.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Lenda do Porto da Espada (Marvão)

[D]iz a lenda que, em tempos idos, se travou [no Porto da Espada] batalha entre Mouros e Cristãos. Tendo os últimos chegado ao sítio do Porto, disseram:
- “Aqui se puxa da espada”.
Há ainda outra versão:
- “Desde o Porto da arrancada, até ao desembainhar da espada”.


Se tu visses o que eu vi,
Fugias como eu fugi.
Desde o Porto da arrancada
Até ao puxar da espada
Cem homens mortos eu vi.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

A Lenda do Mártir Santo (Fortios)

Diz a lenda que, no ano 700, a capela do Mártir Santo era o sítio onde as pessoas rezavam ao seu santo.
Nessa altura, os reis queriam destruir todas as igrejas.
Um dia, um rei mouro mandou destruir a capela.
As pessoas juntaram-se, na capela, onde rezavam para que nada acontecesse e pedindo um milagre ao seu Santo.
Quando os cavaleiros, que vinham destruir, iam a subir a rua (muito inclinada) aconteceu um milagre: os cavalos não a conseguiram subir, escorregaram e ajoelharam-se, não conseguindo chegar até ao largo.
Assim, a capela passou a chamar-se "Capela do Mártir Santo" e o largo onde se situa também tem o mesmo nome.


Diz-se que, em tempos remotos, os inimigos atacaram este povo, e com cavalos, tentaram subir as rochas.
Um homem gritou:
- “Valha-me o Mártir Santo!”…
Os cavalos imediatamente dobraram as patas e não conseguiram subir mais.
Em louvor deste milagre, fizeram a Igreja de S. Sebastião, que ficou sendo o Padroeiro da Freguesia.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

O castelo das Carreiras (Portalegre)

Carreiras teve castelo,
Já foi grande e amuralhada,
Onde moravam as lindas mouras
Nos lindos tempos passados.


O castelo era no sítio que tem esse nome, no cimo do povo. Está muito diferente de quando eu era gaiata, escavaram o terreno quando fizeram a fonte [em 1948]. 
Onde era a quadra das bestas do professor Casa Nova antes havia uma casa quadrada por dentro e redonda por fora, que tinha a porta por fora ao nível do primeiro andar e lá dentro descia-se por umas escadas estreitinhas. O Casa Nova derrubou tudo quando fez a casa.
No outro lado da rua, por detrás de uma casa, está lá um terraço a que se sobe por uma escada estreita. Era o assento de uma torre. A gente ia p’ra lá brincar em gaiatas, porque a escola feminina era ao lado, e achávamos graça a um nicho que lá está que parece o duma ermida, feito com umas pedras. 
Dizem que lá morava o capitão da freguesia.
Ali perto havia duas ogivazinhas, a porta de uma casinha que está ao pé da casa mortuária e outra nas traseiras da casa que comprou o Mateus da Catrina.




domingo, 24 de agosto de 2014

Lenda do ataque dos mouros a Marvão

Há muito tempo os mouros atacaram o castelo de Marvão e, ao subirem a encosta sul, ao chegarem a meio acamparam para fazerem um culto a Alá e ergueram ali uma espécie de ermida.
Nessa mesquita eram sacrificados os cristãos e eram depositadas as armas que lhes eram apanhadas em combate.
No local foi encontrado um crânio, atravessado com um prego. Dizem as pessoas que esse crânio pertencia ao senhor do castelo de Marvão, que aí sofrera um terrível martírio.
Quem encontrar as armas do senhor do castelo de Marvão terá o perdão de Deus, mas tem que entregá-las ao convento de Nossa Senhora da Estrela.

sábado, 23 de agosto de 2014

Lenda da Senhora da Penha

Reza a lenda da Senhora da Penha que, andando certo dia um pastor a guardar o rebanho, viu um grupo de malfeitores que planeavam roubar-lhe as ovelhas.
Tendo nessa altura invocado Nossa Senhora que apareceu ao pastor montada num burrinho, cujas pegadas ainda hoje podem notar-se no granito, transformou o dia em noite, impedindo assim que se consumasse o roubo.
O povo da Vila, vendo que na serra era de noite e sabendo posteriormente o que tinha acontecido, resolveu edificar uma capela à Senhora da Penha. Escolheu para o local o sítio do Pouso, situado no sopé da serra.
Mas cada vez que as obras eram iniciadas, eram misteriosamente destruídas, chegando o povo de Castelo de vide a montar guarda durante a noite para impedir tal destruição o que não resultou.
Só quando a capela se começou a construir no local da aparição é que foi possível completá-la e assim altaneira, olha a vila.


Reza a lenda da Senhora da Penha que, andando certo dia um pastor a guardar o rebanho, viu um grupo de malfeitores que planeavam roubar-lhe as ovelhas.
Tendo nessa altura invocado Nossa Senhora que apareceu ao pastor montada num burrinho, cujas pegadas ainda hoje podem notar-se no granito, transformou o dia em noite, impedindo assim que se consumasse o roubo.
O povo da Vila, vendo que na serra era de noite e sabendo posteriormente o que tinha acontecido, resolveu edificar uma capela à Senhora da Penha. Escolheu para o local o sítio do Pouso, situado no sopé da serra.
Mas cada vez que as obras eram iniciadas, eram misteriosamente destruídas, chegando o povo de Castelo de Vide a montar guarda durante a noite para impedir tal destruição o que não resultou.
Só quando a capela se começou a construir no local da aparição é que foi possível completá-la e assim altaneira, olha a vila.
Esta igreja remonta ao séc. XVI. Fica situada no cimo da serra de São Paulo, a 1 km para Sudoeste de Castelo de Vide.
Ao subir para a Capela de Nossa Senhora da Penha, existe um assento de pedra, do lado esquerdo da escadaria de acesso, onde toda a gente se vai sentar para dizer uma quadra que os mais velhos cantavam:

“Cadeirinha de Nossa Senhora,
Cadeirinha do meu bem;
Onde se sentou Nossa Senhora
Sento-me eu também”

Conta o povo que quem se sentar na cadeirinha, levantar os pés do chão e pedir três desejos e não os revelar a ninguém, esses desejos seriam concedidos.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Nossa Senhora da Alegria salva Alegrete da peste

Consta que em 1582 grassou uma grande epidemia de peste no Distrito de Portalegre, vindo nessa altura viver algum tempo para Alegrete o sábio e virtuoso Bispo D. Frei Amador Arrais, que nesse mesmo ano, em fins de Janeiro, tomara posse da diocese de Portalegre.
O povo de Alegrete, receoso de que tal epidemia o atingisse e vitimasse, resolveu tirar Nossa Senhora d’ Alegria do seu altar e levou-a para as muralhas mais altas onde a colocou e deixou à vista de toda a povoação. Fizeram-lhe preces fervorosas que foram ouvidas pela Mãe de Deus. Em sinal de gratidão prometeram festejá-la anualmente no dia 15 de Agosto. E a promessa tem-se cumprido desde então até agora, cantando-se estas estrofes:

[…]
Pu[s]eram nossos antigos
A Senhora na muralha
Que nos livrasse da peste
Que era mal que a todos dava.

[…]
A Senhora d’ Alegria
Não está em casa, foi fora,
Foi visitar os enfermos
Que estão na última hora.


[…] a peste entrou na vila e dizimou muita gente, tendo só escapado uma família na Ruinha, hoje rua da Saúde. Então o povo, para que não morressem todos, foi buscar Nossa Senhora d’ Alegria, colocou a sua imagem na muralha e dirigiu-lhe fervorosas súplicas, que foram atendidas, cessando a peste. Daí, o voto gratulatório, realizando-se a festa tradicional que deu lugar a grandes manifestações de alegria.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Alentejo Tempo para ser Feliz - Alentejo Time To Be Happy


"Alentejo, tempo para ser feliz", o spot mostra, em cerca de seis minutos, as emoções que os turistas podem viver no Alentejo, através dos protagonistas de uma aventura que tem como ponto de partida a busca da felicidade. O filme foi produzido pela Flavour Productions, tem direcção de fotografia e realização de Eduardo Sousa e co-realização de Tito Costa, e banda sonora de Nuno Maló, é protagonizado por Ela Clark e conta com a participação de muitos habitantes do Alentejo.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Gastronomia Alentejana - Achigã no Forno

Concelho: Odemira

Ingredientes (6 pessoas):
1 kg de achigãs
1 tomate
1 ramo de salsa
2 dentes de alho
1 folha de louro
1 kg de batatas
2 cebolas
1 copo de vinho branco
2 dl de azeite
colorau q.b.
sal q.b.

Preparação:
Amanhe o peixe e tempere-o com sal. Descasque as batatas e corte-as em cubos. Coza-as em sal. Num tabuleiro coloque as cebolas e o peixe. As batatas já cozidas são distribuídas ao lado do peixe. Coloque o resto da cebola, o alho, o tomate, a salsa e o louro. Misture o colorau ao vinho e regue o tabuleiro. Vai ao forno durante 60 minutos.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Gastronomia Alentejana - Açorda de Marisco

Concelho: Sines

Ingredientes:
(para 4 pessoas)
500 g de camarão
500 g de berbigão
500 g de amêijoas
500 g de pão
3 dentes de alho
4 colheres de sopa de azeite
1 ramo de coentros (pequeno)
3 ovos
sal
pimenta
piripiri

Preparação:
Cozem-se os camarões em pouco água e côa-se esta. Abrem-se as amêijoas e os berbigões em recipientes separados e côam-se as respectivas águas. Junta-se a água dos três mariscos e leva-se ao lume a concentrar. Rega-se o pão com esta água. Alouram-se os dentes de alho com o azeite e introduz-se  o raminho de coentros. Deixa-se fritar durante 1 minuto e junta-se o pão. Mexe-se com uma colher de pau de modo a obter-se uma açorda homogénea mas muito mole. Retiram-se os coentros e tempera-se com sal, pimenta e piripiri. Introduzem-se os mariscos na açorda, dá-se uma volta e retira-se do lume. Juntam-se imediatamente os ovos, mexe-se e serve-se sem demora.

domingo, 20 de julho de 2014

Gastronomia Alentejana - Açorda à Alentejana

Concelho: Grândola

Ingredientes:
1 molho de coentros (ou 1 molho pequeno de poejos ou uma mistura das duas ervas)
2 a 4 dentes de alho
1 colher de sopa bem cheia de sal grosso
4 colheres de sopa de azeite
1/5 litro de água a ferver
400 g de pão caseiro (duro)
4 ovos

Preparação:
Pise num almofariz, reduzindo-os a papa, os coentros (ou poejos) com os dentes de alho (já sem o grelo) e o sal grosso. Deite esta mistura numa terrina ou tigela. Regue com azeite e escalde com água a ferver, onde previamente foram escalfados os ovos, posteriormente removidos. Mexa a açorda com uma fatia de pão grande, com a qual se prova a sopa. Introduza então no caldo o pão, que foi ou não cortado em fatias ou em cubos, ou partido à mão, conforme o gosto. Os ovos são colocados no prato ou sobre as sopas na terrina.

Gastronomia Alentejana - Caldeirada de Peixe do Rio

Concelho: Odemira

Ingredientes (4 pessoas):
2 kg de peixe variado: muge, picão, machinho, saboga e sável
1 cebola grande
1 pimento pequeno
1 dente de alho
hortelã da ribeira
4 tomates
poejos
sal q.b.

Preparação:
Num tacho coloque uma camada de todos os ingredientes e uma camada de peixe em postas, uma nova camada de ingredientes, outra de peixe e mais uma de ingredientes. Cubra com um 1,5 l de vinho branco. Leve ao fogão e cozinhe em lume brando.

sábado, 19 de julho de 2014

Gastronomia Alentejana - Açorda de Poejos à Moda de Grândola

Concelho: Grândola

Ingredientes:
125 g de toucinho
125 g de linguiça (chouriço de carne)
1 molho de poejos
cebola
2 dentes de alho
1,5 l de água
pão
sal

Preparação:
Frite o toucinho cortado às fatias e a linguiça cortada às rodelas. Retire tudo e junte ao pingo a cebola picada, os dentes de alho e metade do molho de poejos. Deixe refogar. Acrescente a água a ferver e junte nesta altura a noutra metade do molho de poejos. Tempere com sal. Corte as fatias de pão, muito finas, disponha no fundo da terrina e deite o caldo por cima. Acompanhe com a linguiça e o chouriço frito.
Obs.: esta açorda é também característica do concelho de Santiago do Cacém.

Gastronomia Alentejana - Caldeirada de Sardinhas

Concelho: Odemira

Ingredientes (4 pessoas):
14 sardinhas
4 cebolas médias
1 kg de batatas
1,5 dl de azeite
2 dentes de alho
1 folha de louro
1 pimentão-verde
2,5 dl de vinho branco
1 ramo de salsa
água
orégãos
1 colher de chá de colorau
piripiri
sal e pimenta

Preparação:
Limpe as sardinhas, corte as cabeças e deixe-as em sal. Num tacho largo leve ao lume as cebolas cortadas em rodelas, o pimentão às tiras, os dentes de alho picados, a salsa, o louro, o colorau, os orégãos e o azeite. Quando estiver alourado, junte os tomates, sem pele nem pevides. Deixe refogar. Junte vinho e deixe ferver, mexendo bem. Misture as batatas às rodelas e cubra com água. Tempere com sal, pimenta e piripiri. Quando as batatas estiverem cozidas, coloque as sardinhas por cima. Tape o tacho e deixe cozer.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Gastronomia Alentejana - Carne de Porco à Alentejana

Concelho: Grândola

Ingredientes:
800 g de lombo de porco,
4 dentes de alho
massa de pimentão
banha
1 kg de amêijoas
sal q.b.

Preparação:
Pise os dentes de alho num almofariz com sal grosso (aproximadamente uma colher de sopa). Esfregue a carne primeiramente com a papa de alhos e depois com a massa de pimentão. Deixe ficar assim de um dia para o outro, ou melhor, durante 24 horas. Próximo da altura de servir, corte o lombo em quadrados regulares e leve a fritar com a banha num tacho de barro. Entretanto, tenha as amêijoas muito bem lavadas. Na altura de servir, junte as amêijoas, deixando-as rapidamente sobre lume forte e servindo-as imediatamente para não secarem. Acompanhe com batatas fritas.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Gastronomia Alentejana - Cataplana de Marisco

Concelho: Odemira

Ingredientes (2 pessoas):
250 g de tomate cortado
250 g de cebola às rodelas
100 g de pimentos aos bocados
1 folha de louro
400 g de batatas às rodelas
200 g de amêijoa
100 g de camarão inteiro
500 g de lagosta
1 dl de vinho branco
1 dl de cerveja
1,5 dl de azeite
piripiri q.b.

Preparação:
Disponha em camadas o azeite, 125 gramas de cebolas, as batatas, o tomate, o pimento, o alho, o vinho, a cerveja, piripiri, louro, um pouco de sal e o marisco. Cozinhar durante cerca de 40 minutos.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Gastronomia Alentejana - Açorda de Bacalhau

Concelho: Santiago do Cacém

Ingredientes:
4dl de azeite
Vinagre e sal q.b.
4 lombos de bacalhau
400gr de pão alentejano
4 ovos
2 litros de água
6 dentes de alho
1 molho de coentros

Preparação:
Num recipiente alto, coloque os coentros picados previamente lavados e escolhidos, os dentes de alho bem picados, o sal e o azeite. Ponha água ao lume a ferver com um fiozinho de azeite e coza o bacalhau durante mais ou menos 5 minutos. Ponha ao lume uma caçarola com água e um pouco de vinagre. Quando a água estiver a ferver escalfe os  ovos que irá utilizar na açorda. Logo que os ovos estejam no ponto, retire-os e coloque-os num recipiente com água fria a fim de parar a cozedura. Coloque os coentros, os alhos, o azeite e o sal numa terrina, verta a água onde cozeu o bacalhau que deverá estar a ferver. Rectifique de sal, introduza o pão alentejano cortado muito fininho, os ovos e bacalhau.

Gastronomia Alentejana - Ensopado de Borrego

Concelho: Grândola

Ingredientes (4 pessoas):
1,2 kg de carne de borrego
2 cebolas médias
4 dl de vinho branco
1 colher de sopa de margarina
2 dentes de alho
1 folha de louro
pimenta q.b.
3 tomates maduros
0,5 kg de batatas
pão e sal q.b.

Preparação:
Corte a carne em bocados, tempere com sal, vinho branco, alhos picados, louro e pimenta. Aguarde pelo menos uma hora. Leve ao lume as cebolas picadas, o óleo e a margarina. Quando a cebola ficar transparente, adicione o borrego escorrido. Cozinhe durante alguns minutos com o tacho destapado. Quando a carne começar a secar, adicione o tomate pelado e cortado aos pedacinhos e a marinada. Tape o tacho e mantenha-o em fervura até a carne estar macia. Se for necessário, acrescente um pouco de água a ferver. Apure o molho e rectifique os temperos. Dentro de uma travessa funda, coloque o pão cortado às fatias. Cubra com o borrego e o molho. Polvilhe com salsa picada. Acompanhe com as batatinhas cozidas. 

terça-feira, 15 de julho de 2014

Gastronomia Alentejana - Alcomonias

Concelho: Grândola

Ingredientes:
1 l de mel
1 colher de chá de canela
1 dl de água
1 l de pinhões torrados

Preparação:
Leve o mel ao lume com a canela. Mexa sempre e quando o mel levantar fervura, verta a água e os pinhões torrados. Deixe levantar novamente fervura. Retire do lume e estenda esta massa numa tábua, com a ajuda de farinha, e forme losangos. Não deixe arrefecer os pinhões para que não caiam.

Gastronomia Alentejana - Cozido de Grão

Concelho: Santiago do Cacém

Ingredientes:
250 g de grão
100 g de cenouras
250 g de batatas
250 g de feijão verde
1 fatia de abóbora menina
300 g de carne de borrego
100 g de toucinho
1 chouriço (linguiça)
1 farinheira branca
1 farinheira de sangue
200 g de pão caseiro
sal
hortelã

Preparação:
Põe-se de molho o grão em água de um dia para o outro. Coze-se o grão na panela de pressão. Depois, noutra panela, põe-se as carnes e os enchidos a cozer mais ou menos 1 hora. Depois das carnes estarem cozidas, tira-se um pouco de água das carnes onde vão a cozer as batatas cortadas aos quartos, a cenoura, o feijão verde e a abóbora menina e junta-se o grão e um pouco de água do grão. Põe-se a hortelã para dar gosto. À parte corta-se as carnes e servem-se numa travessa. Corta-se o pão caseiro às fatias e põe-se numa terrina com a hortelã e o caldo por cima. Este caldo com o pão come-se juntamente com as carnes.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Gastronomia Alentejana - Ensopado de Enguias

Concelho: Grândola

Ingredientes:
enguias
2 cebolas
3 dentes de alho
1 folha de louro
1 colher de chá de colorau
salsa
1 copo de vinho

Preparação:
Arranje e lave as enguias. Parta-as e salgue-as. Faça um refogado com duas cebolas cortadas às rodelas, três dentes de alho picados, uma folha de louro, uma colher de chá de colorau, um ramo de salsa e um copo de vinho branco. Deite as enguias no refogado e deixe apurar. Verifique o sal e, quando estiver quase tudo cozido, verta mais meio copo de vinho branco. Sirva as enguias numa travessa sobre fatias de pão torrado ou pão frito.

domingo, 13 de julho de 2014

Gastronomia Alentejana - Ensopado de Safio

Concelho: Odemira

Ingredientes (4 pessoas):
1 kg de safio
1 cebola grande
3 dentes de alho
1 ramo de salsa
1 dl de vinho branco
3 gotas de molho inglês
1,5 dl de azeite
2 tomates maduros
metade de um caldo de peixe
sal e pimenta q.b.
pão caseiro

Preparação:
Arranje o peixe. Ponha um pouco de azeite num tacho, metade de uma cebola, a salsa, tomate e alhos e o peixe por cima. Coloque os restantes ingredientes e regue com vinho e com o resto do azeite. Leve ao lume e sacuda de vez em quando. Serve-se por cima de pão caseiro frito.

sábado, 12 de julho de 2014

Gastronomia Alentejana - Arroz de Bucho de Porco

Concelho: Grândola

Ingredientes:
bucho
língua
1 linguiça (chouriço de carne)
alguns ossos de porco
1 chávena de arroz
1 cebola
cravinho
pimenta preta
salsa

Preparação:
Coza o bucho e a língua em água com sal; junte a cebola, cravinho, pimenta preta, a linguiça e alguns ossos de porco. Retire o bucho, a língua e a linguiça e passe o caldo por um passador de rede fina.
Meça uma chávena de arroz para três de caldo. Ponha o arroz e quando estiver cozido verta um pouco de vinagre e misture a salsa picada. Corte o bucho e a língua aos bocados, a linguiça às rodelas e sirva à volta do arroz.

Gastronomia Alentejana - Feijão de cor guisado

Concelho: Alcácer do Sal

Ingredientes (4 pessoas):
5 dl de feijão avinhado
1 cebola
3 colheres de sopa azeite
1 ramo de salsa
125 g linguiça (chouriço de carne)
4 ovos
Sal e pimenta
150 g de pão caseiro ou de segunda

Preparação:
Coza o feijão em água simples sem o deixar desfazer. À parte faça um refogado com a cebola picada, o azeite e a salsa. Junte posteriormente o feijão cozido, a linguiça cortada às rodelas e um pouco da água que serviu para cozer o feijão. Tempere com sal e pimenta e deixe apurar. Na altura de servir, escalfe os ovos directamente no feijão. Corte o pão em fatias finas e coloque-as numa terrina. Deite por cima o feijão depois de retirados os ovos, os quais se dispõem cuidadosamente por cima.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Gastronomia Alentejana - Feijão verde à alentejana

Concelho: Alcácer do Sal

Ingredientes (4 pessoas):
750 g de feijão verde
1 cebola média
2 colheres de sopa de azeite
1 colher de sopa de banha ou de margarina
1kg de tomate maduro
1 dente de alho
1 folha de louro
1 molho de salsa
4 batatas médias
1 cenoura
Sal e pimenta
200 g de pão caseiro duro

Preparação:
Pique a cebola e o alho e estale-os com o azeite e a banha. Junte o louro e a salsa atada. Deixe refogar sem alourar e adicione o tomate sem pele e sem grainhas e esmagado com as mãos. Regue com um pouco de água e, depois de cozer por um momento, junte a cenoura às rodelas. Entretanto, corte o feijão em diagonal e as batatas em cubos. Junte ao preparado anterior e acrescente um pouco mais de água, conforme o necessário – o cozinhado deverá ficar com bastante molho. Tempere com sal e pimenta. Corte o pão em fatias finas para uma terrina e verta o guisado. Pode servir, ao mesmo tempo, rodelas de chouriço de carne cru. Sirva como entrada, em vez de sopa. Na altura da segurelha, junta-se um pezinho ao mesmo tempo que o feijão.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

A Gastronomia no Alentejo Litoral

O Alentejo Litoral apresenta uma grande diversidade gastronómica, pois, dada a proximidade do mar, incorpora variados pratos de peixe e marisco, contrariamente à cozinha alentejana em geral, dominada pela carne de porco e de borrego.

A gastronomia da região é, para além disso, tradicionalmente sazonal. Novembro, Dezembro e Janeiro eram os meses da matança do porco. Os borregos eram mortos na Páscoa. O ensopado de borrego, o borrego assado no forno ou então guisado com ervilhas, entre outros cozinhados, são verdadeiras iguarias. A esta tradição juntam-se as épocas em que surgem algumas das verduras ou dos temperos para as recorrentes sopas ou açordas: os coentros, os poejos, a hortelã e muitos mais.

Além das migas, à base de carne de porco, ou dos pratos de borrego, no Alentejo Litoral surgem frequentemente o ensopado de enguias e o tradicional caldo de cação. Desde o séc. XVI que este peixe é uma presença habitual à mesa. Um pouco por toda a região, a caldeirada e o peixe grelhado, além de outras iguarias de origem marinha, compõem a riqueza da cozinha litoral alentejana.

Contudo, as carnes, nomeadamente os enchidos, não deixam de ocupar um lugar de destaque. O porco é temperado com massa de pimentão e, não raras vezes, conservado e cozinhado na sua própria manteiga. Entre os enchidos, predominam as linguiças, os chouriços de sangue e os paios, que se encontram à venda em todos os talhos da região. Em muitas padarias e mercearias pode-se adquirir os famosos e muitos apreciados bolos de torresmos.

O pão é, como em todo o Alentejo, uma componente essencial de toda a alimentação. A este nobre alimento juntam-se os queijos regionais e os vinhos.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Gastronomia Alentejana - Bolo Real

Concelho: Alcácer do Sal

Ingredientes:
500 g de açúcar
250 g de miolo de amêndoa ralada
10 gemas de ovos + 5 ovos inteiros
200 g de pão ralado
1 colher de canela em pó
1 chávena de ovos moles
10 claras de ovos batidas em suspiro com 10 colheres de sopa rasas de açúcar

Preparação:
Leve o açúcar ao lume até fazer ponto de cabelo. Retire-o do lume, junte as amêndoas raladas, as dez gemas e os cinco ovos inteiros e leve novamente ao lume até fazer castelo pequeno. Retire novamente do lume e adicione o pão ralado. Trabalhe muito bem esta mistura, junte a canela e deite-a numa forma bem untada com margarina e polvilhada com farinha sem a encher completamente. Leve ao forno brando e deixe cozer. Depois de arrefecer, desenforme, abra ao meio e recheie com metade dos ovos-moles. Bata as dez claras em castelo forte, junte dez colheres rasas de açúcar, continue a bater até ficarem em merengue. No momento de servir, salpique com a outra metade dos ovos-moles.

Gastronomia Alentejana - Feijoada de Buzios

Concelho: Sines

Ingredientes:
600 g de miolo de búzios
0,5 kg de feijão encarnado ou catarino
2 tomates pelados
1 pimento verde
1 ramo de salsa
1 folha de louro
2 dentes de alho
2 cebolas
1 dl de azeite
sal, pimenta e piripiri q.b.


Preparação:
Num recipiente coloque o feijão a demolhar em água fria com uma antecedência de 12 horas. Depois de demolhado, lave e ponha a cozer, num tacho em água fria. Em seguida, coza o miolo dos búzios em água e sal durante 45 a 60 minutos. Depois de cozido, retire para um recipiente e deixe arrefecer. Corte em pedaços. À parte, num tacho, refogue em azeite o alho e a cebola picada finamente. Adicione a folha de louro e o ramo de salsa e deixe alourar. Depois, junte o pimento, previamente limpo de sementes, lavado e cortado em cubos pequenos. Entretanto, tire o pedúnculo ao tomate. Escalde em água a ferver para que a pele e as sementes saiam facilmente. Pique o tomate e ponha no refogado. Deixe apurar. Adicione os pedaços de búzios e tempere com sal, pimenta e piripiri. Acrescente o feijão já cozido e uma parte do líquido da sua cozedura e leve a ferver até apurar.

terça-feira, 8 de julho de 2014

Lendas do Alentejo Litoral - Lenda da origem do nome de Grândola

Conta-se então que, antigamente, a zona de Grândola estava cheia de mato, no qual se escondia muita caça grossa, como por exemplo, javalis e veados.

Os príncipes do reino vinham para aqui caçar em grupo, juntamente com os seus caçadores e criados. Um dos príncipes, D. Jorge de Lencastre, construiu neste local uma casa, para ficar por cá uns dias e preparar as suas pândegas com os seus amigos e caçadores. Juntaram-se a este grupo muitos caçadores e houve necessidade de edificar mais casas, nascendo assim uma pequena aldeia. Certo dia, no fim de uma caçada, abateram um enorme e gordo javali. Enquanto cozinhavam num grande caldeirão, alguém terá exclamado:

- Oh!!! Que grande olha!

Daí em diante o lugar passou a chamar-se “Grandolha”, mais tarde “Grandolla”, até atingir a forma actual de Grândola.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Gastronomia Alentejana - Areias de Sines

Concelho: Sines

Ingredientes:
500 g de açúcar
150 g de amêndoa
180g de doce de chila
1 colher de sopa de manteiga
10 gemas
1 ovo inteiro
1 colher de sopa de farinha

Preparação:
Leve o açúcar ao lume com 2 dl de água até fazer uma calda fraca. Junte a manteiga e a amêndoa pelada e ralada e misture bem, retire do lume e deixe arrefecer. Bata o ovo com a farinha e junte ao preparado anterior. Adicionar as gemas ligeiramente batidas e o doce de chila. Mexa bem. Deite a massa em formas pequenas, untadas com manteiga e polvilhadas com farinha. Leve ao forno bem quente (250º C) durante cerca de 10 minutos. Corte quadrados de papel de seda de várias cores e embrulhe as areias utilizando dois papéis de cores diferentes sobrepostos para cada areia.

Lendas do Alentejo Litoral - Lenda da represa romana

Uma mulher que, numa noite de luar, conduzia uma vaca, ao passar junto de uma represa, viu sobre esta uma moura que se penteava com um pente de ouro. Disse-lhe a moura:

- A tua vaca vai ter dois bezerros iguais; não uses o leite dela a não ser para os alimentar e, quando forem adultos, vem apresentar-mos.

Nasceram efectivamente dois bezerros idênticos, brancos, e na verdade a mulher não deu outro destino ao leite da vaca que não o recomendado pela moura. Porém, um dia perante o rogo de uma vizinha que necessitava urgentemente de leite para acudir a um enfermo, cedeu-lhe parte do que tinha na vasilha. Logo reconheceu o erro cometido e, irritada, derramou o resto do leite sobre um dos bezerros, que, de imediato e com grande espanto seu, se viu ficar coberto de malhas. Quando os animais ficaram adultos, a mulher conduziu-os de noite até ao local da represa. Aí lhe apareceu a moura, que ordenou que os levasse para dentro de água, ao que ofereceram alguma resistência.

Apareceu então uma canga sobre os bois, que começaram a puxar algo que estava soterrado nas areias depositadas e que, ao emergir daquelas, se revelou surpreendente: uma enorme trave de ouro reluzente. Cedo se quebrou o encanto, o boi malhado cedeu e ajoelhou logo, afundando-se a trave e desaparecendo a moura. Ouviu-se então uma voz:

- Carriba boi bragado, tiravas a trave de ouro se não te têm o leite roubado.

domingo, 6 de julho de 2014

Lendas do Alentejo Litoral - Anta 2

A anta fica no cimo do sítio do Outeiro do Ouro, a uns três km e ao sul de Grândola, sobranceira à estrada que vai daquela vila a Santiago do Cacém. Do local goza-se dilatado horizonte, pois o Outeiro do Ouro é um dos mais altos de ali.

Diz o povo que nesse outeiro está enterrado um tacho cheio de ouro, com as asas de fora, e que quanto mais se cava para o procurar, mais ele se enterra. Não se entende como é que, estando o tacho com as asas de fora, se enterra cada vez mais, a não ser que elas sejam muito compridas, mas assim conta a lenda. Sem dúvida que o nome do outeiro se relaciona com a lenda – ou esta lhe deu origem ou vice-versa.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Lendas da Serra de Matamores

A serra do Mata Amores teve origem no nome Mato de Mouros.
Dizem as pessoas que em tempos que já lá vão, aparecia nessa zona uma princesa moura, de beleza rara e que vivia nas pedras. 
Todos a desejavam ver, mas ela só aparecia na manhã de S. João com um tabuleiro de passas à cabeça para oferecer às pessoas. Diz a lenda que quem entrasse na sua casa ficava encantado e nunca mais regressava.

Versão de Fortios (Portalegre), recolhida pelos alunos da Escola Básica do Primeiro Ciclo de Fortios e publicada em http://www.eb1-fortios.rcts.pt/