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segunda-feira, 7 de abril de 2025
Igreja da Fonte Santa (Terena)
Nos princípios da construção da igreja de Nossa Senhora da Fonte Santa, que seria para ser construída no alto de uma colina, as ferramentas deixadas pelos pedreiros de um dia para outro iriam aparecer sempre no local onde é hoje a igreja. A massa para os trabalhos endurecia muito rapidamente e começou por jorrar uma fonte em direção à ribeira de Lucefécit. Por estas razões, construíram então a igreja no local atual.
Castelo Velho e Pedra do Charro (Terena)
No sopé da vertente Norte abre-se uma pequena galeria irregular, artificialmente afeiçoada, conhecida como a Casa da Moura; pode tratar-se quer de uma sondagem de mineração quer de um espaço ritual, com paralelos nos ‘santuários’ etnográficos frequentes na região, cuja caraterística comum é a existência de uma cavidade na rocha e que a tradição popular atribui sistematicamente às mouras encantadas. (…) Numa pequena elevação coroada por uma formação rochosa de forma vagamente antropomórfica, junto da presumível entrada principal do povoado, regista-se a presença de cerâmicas, escórias de fundição e restos de estruturas. A tradição popular considera este local, denominado ‘Pedra do Charro’, a sepultura de um bandoleiro solitário, o Charro, enterrado com todas as suas riquezas. De fato, pode tratar-se de uma área de habitat marginal, nomeadamente o local das atividades metalúrgicas, numa determinada época do povoado. Pode tratar-se também de uma necrópole relacionada com o povoado, o que daria algum fundamento à tradição local.
(In Calado, Manuel, Carta Arqueológica do Concelho de Alandroal, 1993)
Nossa Senhora da Boa Nova (Terena)
Duas lendas se contam a propósito da capela de Nossa Senhora da Boa Nova. A primeira reza assim: Os mouros estavam prestes a invadir Castela e uma batalha estava iminente. D. Afonso XI, sogro de Afonso III de Castela, foi visitado em Évora (onde estavam as Cortes) pela filha D. Maria para lhe pedir auxílio. O pai disse-lhe que não ajudaria o genro. No caminho de regresso, a rainha dormiu em Terena. Entretanto, o pai mudou de ideias e mandou dois vassalos informar a filha. Dormiram na vila do Redondo, levantaram-se mais cedo e foram apanhar D. Maria onde agora está a cruz, quando o sol estava a nascer. Ao saber da boa nova, ali se ajoelhou e declarou que mandaria construir no local uma capela em nome de Nossa Senhora da Boa Nova. À ribeira deu-lhe o nome de Lucefécit porque na altura a luz se fez, ou seja, ao romper da manhã. Já na segunda, dizia-se existir uma prisão junto ao mar, onde estava um prisioneiro com algemas nos pés e mãos. Declarava-se inocente, mas ninguém acreditava. Certo dia o carcereiro foi-lhe levar a comida e reparou que as algemas tinham desaparecido; o prisioneiro afirmou não saber o que tinha acontecido. Passou algum tempo e as algemas desapareciam constantemente, até que um dia o prisioneiro disse que as algemas estavam em Terena, na Igreja de Nossa Senhora da Boa Nova. Quando os guardas se deslocaram à igreja encontraram as algemas, então foram obrigados a soltar o prisioneiro.
Fonte do Alandro (Mina do Bugalho)
Esta fonte situa-se junto a uma ribeira que corre a um quilómetro da aldeia. Foi-lhe atribuído este nome porque as pessoas, para beberem água dela, teriam que utilizar uma folhinha colocada na bica, de seu nome alandro, sendo essa a explicação para o nome da fonte. Diz-se ainda que nessa fonte está enterrada uma panela com objetos valiosos e junto da panela encontra-se uma cobra. Quem conseguir ir sozinho à meia-noite e escavar no local onde se encontra a cobra, deixando que ela lhe chegue à testa, pode levar o que a panela contém. Se acontecer o contrário (não deixando
que a cobra lhe chegue a testa, ou recusar nesse momento e tentar fugir), a pessoa será atacada e destruída pela mesma cobra.
Juromenha
Diz a lenda que um rico Godo, desejando ter herança e amores não correspondidos com sua irmã Mégnia ou Menha, resolveu prendê-la no castelo, no intuito de a convencer. A isso sempre se recusou a jovem dizendo: Jura Menha que não… Ainda hoje uma das torres do castelo tem a denominação de torre da Menha, por supostamente ali ter estado presa a dita donzela.
Ermida de S. Bento (Alandroal)
Alandroal - Igreja Paroquial de Nossa Senhora do Rosário
Desconhece-se a data da instituição da Igreja, contudo pelo seu aspeto parece obra típica do Século XVII e melhorada em épocas posteriores, mas já existia no ano de 1588.
Alandroal - Igreja de Nossa Senhora dos Remédios
Sede de freguesia desde épocas remotas e dependente do extinto concelho de Terena, já existia como curado no ano de 1534, data da visitação eclesiástica ordenada pelo Cardeal Infante D. Afonso, Bispo de Évora.
O templo subsistente é, todavia, vestígio de uma transformação posterior, e a sua fundação deu-se em terras da coroa, então chamadas de Vil Nova.
Alandroal - Ermida de Santo António
Situada no arrabalde setentrional da vila fortificada, é de fundação antiga mas desconhecida e aparenta ser, segundo o exame arquitetónico, obra da 1ª metade do século XVIII.
Fortaleza de Juromenha
Implantada sobre o Rio Guadiana tem vestígios de ocupação desde a época Romana, sendo este um bom exemplo da evolução dos sistemas de fortificação. A estrutura defensiva sobrevive desde o período árabe, do qual perduram parte da muralha, uma porta e torres em taipa militar islâmica; durante parte do domínio muçulmano foi considerada a praça-forte de defesa da envolvente a Badajoz. Já sobre o domínio cristão, no reinado de D. Dinis, recebeu obras profundas. Durante a Guerra da Restauração foi construída a nova estrutura abaluartada, adaptada à artilharia da época, de planta poligonal e com duas cinturas de muralhas.
O castelo ocupou lugar de relevo nas lutas da formação da nacionalidade, conquistada aos mouros em 1167 por D. Afonso Henriques. Nas disputas territoriais, tanto com muçulmanos como com castelhanos, o castelo passou a ocupar um lugar de relevo da defesa da nacionalidade portuguesa.
No interior da fortificação existem duas igrejas (a da Misericórdia e a Matriz), a cadeia (edifício cuja configuração actual data do século XVII), os antigos Paços do Concelho cuja fachada ruiu um 1930, diversas ruínas pertencentes ao aglomerado urbano e a antiga cisterna de planta quadrangular.
Alandroal - Ermida de São Sebastião
Situada no caminho para o Santuário da Boa Nova e integrada no Cemitério Público a partir de 1870. Desconhece-se a origem da sua fundação histórica mas sabe-se que já existia nos alvores do século XVI, segundo o desenho de Duarte de Armas. Também sofreu com o terramoto de 1755.
Alandroal - Igreja da Misericórdia
Não se sabe a data da sua fundação, mas talvez tenha origem quinhentista, ainda do reinado de D. João III. Está situada na Rua Direita, delimitada pelos antigos Paços do Concelho e pela Torre do Relógio.
Castelo de Terena
Não se sabendo ao certo a data da sua construção, mas pensa-se que poderá ter sido no século XIII, após a atribuição do foral à povoação por Gil Martins e a sua mulher, D. Maria João.
As fontes tradicionais afirmam que a fortificação da vila se deveu ao rei D. Dinis, todavia a versão documental atribui a feitoria desta obra a D. João I, monarca que integrou o burgo no Padroado da Ordem de Avis.
A fortificação sofreu várias obras ao longo dos séculos, sendo talvez a intervenção de maior realce a ocorrida no período manuelino, em particular na entrada principal, com arcos adornados por bolas e entrelaçados.
O Castelo sofreu estragos consideráveis em 1755, que foram corrigidos, parcialmente, a partir de 1972, pela Direção geral dos Monumentos Nacionais.
Igreja de Nossa Senhora da Consolação
Capela Tumular de Diogo Lopes de Sequeira, 4º Governador Geral da Índia, grande descobridor e navegante dos mares de África e do Oriente, enaltecido por Camões nos Lusíadas (X,52) e alcaide-mor da vila de Alandroal. Fundada em 1520.
Alandroal - Ermida de Nossa Senhora das Neves
Fundada em finais do século XV, possivelmente no reinado de D. Manuel I, com o patronímico de N.ª Sr.ª das Hervas. Foi integrada em 1884 no Cemitério Público Municipal.
Alandroal - Igreja de São Pedro
Fica situada à entrada da vila, no caminho para Vila Viçosa. Fundada pelo povo alandroalense nos fins do século XVI.
Alandroal - Ermida de São Bento
É desconhecida a data da sua fundação mas encontra-se ligada à lenda de que um eremita de nome João Sirgado, se deslocava todos os dias ao local para orar a S. Bento da Contenda e este salvou a vila dos males da peste de 1580, a troco da construção da ermida em seu nome.
Alandroal - Ermida de Santo António
Construída em época incerta do século XVII, a poder de esmolas dos devotos do santo, em local fora da vila mas hoje nela integrada e na saída para Juromenha, sofreu profundos estragos originados pelo terramoto de 1755, os quais foram reparados ulteriormente.
Alandroal - Ermida de São Sebastião
Alandroal - Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição
Situada no interior do Castelo de Alandroal, a Igreja Matriz de N.ª Sr.ª da Conceição encontra-se adossada à Torre de Menagem. De arquitetura manuelina, barroca e neoclássica, é constituída por nave única.
A fundação da igreja paroquial de N.ª Sr.ª da Graça parece remontar às origens do castelo e sabe-se que já existia no ano de 1320 ainda como capelania de Juromenha e em 1359 como comenda da Ordem de Avis. Com a Independência Nacional a consagração do templo passou à Imaculada Conceição.
Alandroal - Igreja Matriz de São Pedro
A fundação do templo é muito antiga pois já existia em 1394 e, segundo a tradição, sucedeu ao curado de N.ª Sr.ª da Boa Nova. O primitivo templo perdeu-se completamente e o único vestígio da obra posterior, quinhentista, assinala-se na capela-mor.
Castelo de Alandroal
Segundo duas das fascinantes inscrições existentes no castelo, a sua obra iniciou-se em Fevereiro de 1294 e terminou exactamente quatro anos depois; a mesma fonte nos diz que foi seu construtor o mouro Galvo. Porém, ainda em 1280 se fazem referências às relações entre a Ordem de Avis e o Alandroal. No foral Manuelino (1514) refere-se uma primeira carta de foro passada por D. Afonso Henrique, contudo crê-se tratar de um erro e que o primeiro foral seja de 1486, já com D. João II. Era notável a presença da Ordem de Avis no concelho, onde o Mestre tinha uma coudelaria, e a Ordem possuía várias adegas, vinhas, herdades e coutadas.
Por volta de 1384 dá-se uma investida dos partidários de Castela e Pero Rodrigues, alcaide do Alandroal, resiste e sai vitorioso. Não subsistem notícias de conflitos no castelo do Alandroal, somente das investidas a partir do Alandroal de Pero Rodrigues e dos seus homens em defesa das terras vizinhas.
No decorrer das Guerras da Restauração a povoação, apesar de nunca na linha da frente, volta a ter um papel militar quando a fronteira é reforçada com tropas e cavalaria, envolvendo também o Alandroal, como reforço da retaguarda; é então referida a sua importância, sobretudo pelas suas águas, tão necessárias nos verões rigorosos.
O castelo divide-se no castelejo e na alcáçova, e tem uma organização típica de outros castelos de origem árabe. Possui duas torres junto à porta Legal, outra junto à Porta do Arrabalde, a Torre de Menagem, a Torre dos Paços e mais duas distribuídas pelo restante espaço de muralhas. A Cadeia Comarcã é do século XVIII, altura em que é destruída a barbacã e são construídos os Paços do Concelho. Na alcáçova ainda é possível observar o pátio de armas, com a cisterna e as estruturas que quando Duarte d’Armas o desenhou, em 1509, já estava em ruinas. A janela de arco ultrapassado, e a possível torre Albarrã junto á Torre dos Paços, são provas da influência islâmica na sua construção.
No período das lutas da Independência de 1383-85, teve como alcaide Pêro Rodrigues.