sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014
A chegada milagrosa da imagem de São Pedro a Alegrete
Versão recolhida por José António Teixeira Rebelo, pároco de Alegrete, em 1758 (Rebello, 1758 in Ventura, 1995: 100).
[…] A imagem de são Pedro dizem ser Angelical.
Versão de Alegrete (Portalegre), recolhida e publicada por António Franco Infante (Infante, 1985: 303).
A imagem de S. Pedro foi parar ao Algarve a quando da sua feitura, levando uma legenda que indicava: Alegrete. Duvidosos ou ignorando mesmo a localização de tal terra, resolveram os moradores do lugar onde chegou a imagem colocá-la em cima de um carro puxado por dois bravos e possantes bois. Sem que ninguém os guiasse, os bois vieram ter ao lugar onde a capela foi edificada e ali pararam. […] Logo que a imagem foi tirada do carro, assim os bois morreram.
terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
Gastronomia Tradicional Alentejana - Coelho Panado
Ingredientes
1 coelho (bravo, de preferência)
2 colheres de sopa de banha
1 cebola
2 dentes de alho
1 ramo de salsa
1 folha de louro
1 colher de chá de colorau doce
2 colheres de sopa de vinagre
2 ou 3 ovos
pão ralado
óleo para fritar
sal
coelho-panado
Preparação
1 coelho (bravo, de preferência)
2 colheres de sopa de banha
1 cebola
2 dentes de alho
1 ramo de salsa
1 folha de louro
1 colher de chá de colorau doce
2 colheres de sopa de vinagre
2 ou 3 ovos
pão ralado
óleo para fritar
sal
coelho-panado
Preparação
Corta-se o coelho em bocados e leva-se a refogar com a banha, a cebola, os dentes de alho, o ramo de salsa e o louro.
Tempera-se com o sal, o colorau e o vinagre e vão-se adicionando pinguinhos de água até o coelho estar macio, bem apurado e sem molho. Deixa-se arrefecer.
Batem-se os ovos com um pouco de sal. Passam-se os bocados de coelho pelos ovos, depois pelo pão ralado e fritam-se em óleo bem quente.
Receita retirada de Receitas e Menus
domingo, 23 de fevereiro de 2014
Personalidades Alentejanas - SIMÕES, Augusto Filipe
(n. Coimbra a 18 Junho 1835; m. Coimbra 1884)
Filho de Manuel Simões Cardoso e de D. Constança Jesuína de Paula Cardoso. Bacharel formado nas Faculdades de Filosofia (em 1855) e Medicina (em 1860) pela Universidade de Coimbra; Médico do partido municipal do concelho de Goes nos anos de 1860 a 1862, e provido depois na cadeira de Introdução á Historia Natural no Liceu de Évora, da qual tomou posse em 1863, sendo conjuntamente nomeado Bibliotecário da Biblioteca Pública da mesma cidade.
A sua passagem por Évora foi marcante, já que foi o responsável pela organização do Museu de Cenáculo, rico repositório espigráfico-arqueológico, a restauração do Templo de Diana, a reforma da Santa Casa da Misericórdia, a criação e dotação de um posto meteorológico e a beneficiação da biblioteca.
Mais tarde torna-se lente catedrático na Universidade de Coimbra, mas a sua paixão pela arqueologia leva-o a criar um museu no Instituto de Coimbra, e na biblioteca da Universidade leva a cabo uma catalogação profunda e meticulosa. Foi também eleito deputado nas cortes, colaborou em várias publicações e escreveu vários livros, na sua maioria sobre a medicina ou arqueologia.
De entre as suas obras destacam-se as seguintes: Cartas da beira mar (Coimbra, 1867); Relatorio ácerca da Bibliotheca publica d'Evora, dirigido ao Ministerio do Reino, publicado na Folha do Sul.
In Dicionário Bibliográfico Português. Estudos de Innocencio Francisco da Silva applicaveis a Portugal e ao Brasil. Continuados e ampliados por P. V. Brito Aranha. Revistos por Gomes de Brito e Álvaro Neves [CD-ROM]. Lisboa, Imprensa Nacional, 1858-1923. Vol. VIII, p. 340.
In Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. Lisboa; Rio de Janeiro: Editorial Enciclopédia Lda., [195-]. Vol XXIX. pp. 52-53.
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014
Lenda da imagem da Senhora da Estrela - Marvão
1
Versão literária, de proveniência desconhecida, publicada por Possidónio Mateus Laranjo Coelho (1988) – Terras de Odiana, (2ª edição revista e anotada por Diamantino Sanches Trindade), Lisboa, Câmaras Municipais de Castelo de Vide e Marvão: 328 – 329.
[C]onta-se que em certa noite uma estrela de extraordinário brilho e grandeza atraíra os olhares de um pastor que guardava o gado nas cercanias. Deslumbrado por tão estranha aparição afoutou-se o pastor a subir até ao alto do monte onde depois se edificou o convento, sempre guiado pela luz intensa dessa estrela, descobrindo então a imagem em um recanto das penedias que ali se acumulam.
Esta imagem esteve exposta à veneração e culto dos fiéis durante muitos anos no seu primitivo esconderijo, em um rústica e improvisada capela formada pelas próprias brenhas […].
2
Versão de Escusa (Marvão), recitada por Maria Tomásia Baptista, de 70 anos, em 1967 e recolhida por Cândida da Saudade Costa Baptista. Publicada por Maria Aliete Galhoz (1988) – Romanceiro Popular Português, volume II, Lisboa, INIC: 717.
Nesta lapa de pedra dura,
‘Stavas bela formosura
Há tantos anos metida.
Dai-me graça singular
P’ra qu’ eu possa contar
Os milagres qu’ obravas nela.
Virgem Senhora da ‘Strela,
No tempo da mouraria
Qu’ assentiava c’ uma bela devoção.
‘Ma noit’ um pastor,
C’o seu gado recolhendo,
Baixou uma ‘strela e disse:
“Vem cá, ditoso varão,
Vem à vila de Marvão,
Cá me vem fazer ‘ma casa d’ oração.
Lá canções de finados,
Braços e olhos pintados,
Pessoas que saem tristes e desconsolados
Que esta casa vêm
Todos há-de ir remediados.”
3
Versão de Marvão, recolhida e publicada por Possidónio Mateus Laranjo Coelho (1988) – Terras de Odiana, (2ª edição revista e anotada por Diamantino Sanches Trindade), Lisboa, Câmaras Municipais de Castelo de Vide e Marvão: 328 – 329.
Oh Virgem, oh Estrela pura,
De tão bela formosura.
Em lapa de pedra dura
Uma estrela se parou,
Clara luz s’ alumiou,
A Senhora apareceu.
Aonde vaes tu, oh Pastor?!
Aonde vaes tu, oh Verão?!
Vae à vila de Marvão
E pede com devoção
Que me venham neste sítio
Fazer casa d’ oração.
Quem estes versos disser,
Um ano inteiramente,
Saberá bem certamente
Qu’ à hora que há-de morrer
A Senhora há-de aparecer.
Versão literária, de proveniência desconhecida, publicada por Possidónio Mateus Laranjo Coelho (1988) – Terras de Odiana, (2ª edição revista e anotada por Diamantino Sanches Trindade), Lisboa, Câmaras Municipais de Castelo de Vide e Marvão: 328 – 329.
[C]onta-se que em certa noite uma estrela de extraordinário brilho e grandeza atraíra os olhares de um pastor que guardava o gado nas cercanias. Deslumbrado por tão estranha aparição afoutou-se o pastor a subir até ao alto do monte onde depois se edificou o convento, sempre guiado pela luz intensa dessa estrela, descobrindo então a imagem em um recanto das penedias que ali se acumulam.
Esta imagem esteve exposta à veneração e culto dos fiéis durante muitos anos no seu primitivo esconderijo, em um rústica e improvisada capela formada pelas próprias brenhas […].
2
Versão de Escusa (Marvão), recitada por Maria Tomásia Baptista, de 70 anos, em 1967 e recolhida por Cândida da Saudade Costa Baptista. Publicada por Maria Aliete Galhoz (1988) – Romanceiro Popular Português, volume II, Lisboa, INIC: 717.
Nesta lapa de pedra dura,
‘Stavas bela formosura
Há tantos anos metida.
Dai-me graça singular
P’ra qu’ eu possa contar
Os milagres qu’ obravas nela.
Virgem Senhora da ‘Strela,
No tempo da mouraria
Qu’ assentiava c’ uma bela devoção.
‘Ma noit’ um pastor,
C’o seu gado recolhendo,
Baixou uma ‘strela e disse:
“Vem cá, ditoso varão,
Vem à vila de Marvão,
Cá me vem fazer ‘ma casa d’ oração.
Lá canções de finados,
Braços e olhos pintados,
Pessoas que saem tristes e desconsolados
Que esta casa vêm
Todos há-de ir remediados.”
3
Versão de Marvão, recolhida e publicada por Possidónio Mateus Laranjo Coelho (1988) – Terras de Odiana, (2ª edição revista e anotada por Diamantino Sanches Trindade), Lisboa, Câmaras Municipais de Castelo de Vide e Marvão: 328 – 329.
Oh Virgem, oh Estrela pura,
De tão bela formosura.
Em lapa de pedra dura
Uma estrela se parou,
Clara luz s’ alumiou,
A Senhora apareceu.
Aonde vaes tu, oh Pastor?!
Aonde vaes tu, oh Verão?!
Vae à vila de Marvão
E pede com devoção
Que me venham neste sítio
Fazer casa d’ oração.
Quem estes versos disser,
Um ano inteiramente,
Saberá bem certamente
Qu’ à hora que há-de morrer
A Senhora há-de aparecer.
sábado, 15 de fevereiro de 2014
Gastronomia Tradicional Alentejana - Migas de Batata
Ingredientes
Para 4 pessoas
1 kg de batatas
250 g de toucinho entremeado
300 g de chouriço de carne
1 dente de alho
sal
migas-batata
Preparação
Para 4 pessoas
1 kg de batatas
250 g de toucinho entremeado
300 g de chouriço de carne
1 dente de alho
sal
migas-batata
Preparação
Num tacho de barro fritam-se, em lume brando, o toucinho ás fatias e o chouriço ás rodelas de modo a derreter o máximo de gordura. Retiram-se e, na mesma gordura, frita-se um dente de alho. Adiciona-se um pouco de água.
Entretanto, têm-se já as batatas cozidas e passadas por um passador.
Junta-se o puré ao pingo que está no tacho e mexe-se com a colher de pau dando-lhe a forma de uma bola. Sacodem-se as migas, deitam-se na travessa e servem-se com o toucinho e o chouriço fritos.
Variante: Se se juntar calda de tomate, estas migas ficam melhores e mais bonitas. O tomate junta-se ao pingo (Évora)
Receita retirada de Receitas e Menus
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014
Personalidades Alentejanas - SARDINHA, António Maria de Sousa
(n. Monforte a 9 Setembro 1887; m. Elvas a 10 Janeiro 1925)
Poeta, historiador e político, destacou-se como ensaísta, polemista e doutrinador, tornando-se um verdadeiro condutor da intelectualidade portuguesa do seu tempo. Foi pela mão de Eugénio de Castro que Sardinha publicou os seus primeiros poemas, quando tinha apenas 15 anos.
Em 1911, formou-se em Direito na Universidade de Coimbra. Desde cedo começou a publicar livros, entre romances e poesias.
Convertido ao Catolicismo e à Monarquia, juntou-se a Hipólito Raposo, Alberto de Monsaraz, Luís de Almeida Braga e Pequito Rebelo, para fundar a revista Nação Portuguesa, publicação de filosofia política a partir da qual foi lançado o movimento político-cultural Integralismo Lusitano, causando assim grande impacto na sociedade da altura.
A passagem das Letras à Política consumou-se em 1915, ao pronunciar na Liga Naval de Lisboa uma conferência onde alertava para o perigo de uma absorção espanhola. Durante o breve consulado de Sidónio Pais, António Sardinha foi eleito deputado na lista da minoria monárquica. Em 1919, exilou-se em Espanha após a sua participação na fracassada da tentativa restauracionista de Monsanto e da "Monarquia do Norte".
Ao regressar a Portugal, 27 meses depois, tornou-se director do diário A Monarquia onde veio a desenvolver um intenso combate em defesa da filosofia e sociologia política e, rejeitando a tese da decadência de Spengler, em defesa do catolicismo hispânico como a base da sobrevivência da civilização do Ocidente.
Veio a morrer em Elvas com apenas 37 anos. Com esta morte prematura, a maior parte da sua obra foi publicada postumamente, pelo que ainda deixou um esboço de uma História de Portugal, com uma visão nova e profunda da evolução da nacionalidade portuguesa.
De entre as suas obras poéticas, destacam-se: Tronco Reverdecido (1910), Epopeia da Planície (1915), Quando as Nascentes Despertam (1921), Na Corte da Saudade (1922), Chuva da Tarde (1923), Era uma Vez um Menino (1926), O Roubo da Europa (1931), Pequena Casa Lusitana (1937). Dos Estudos e Ensaios referem-se: O Valor da Raça (1915), Ao Princípio Era o Verbo (1924), A Aliança Peninsular (1924), A Teoria das Cortes Gerais (1924), Ao Ritmo da Ampulheta (1925), entre outros.
In Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. Lisboa; Rio de Janeiro: Editorial Enciclopédia Lda., [195-]. Vol. XXVII, p. 726.
Angelfire - Unica Semper Avis Portugal. António Sardinha. [Online] URL: http://www.angelfire.com/pq/unica/il_antonio_sardinha.htm. Acedido a 12 de Novembro de 2007.
terça-feira, 11 de fevereiro de 2014
domingo, 9 de fevereiro de 2014
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014
Lenda da fundação de Carreiras
A aldeia das Carreiras foi feita pelos moradores da cidade da Aramenha. Há muitos, muitos anos, quanto aquele povo foi arrasado pelos mouros, as pessoas tiveram que abandonar as suas casas: umas fugiram para Marvão e fundaram lá a vila; outras vieram para este lado da serra e aqui fundaram a nossa terra. Diziam os antigos que tiveram que vir às carreiras (a fugir), e por isso deram à aldeia o nome que hoje tem.
Versão de Carreiras (Portalegre) contada por Ana Fernandes Martins (n. 1913) em 1992. Recolhida e publicada por Ruy Ventura (1996) – “Algumas Lendas da Serra de São Mamede”, separata de Ibn Maruán – Revista Cultural do Concelho de Marvão, nº 6, Dezembro: 25.
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014
Gastronomia Tradicional Alentejana - Sopa de Poejos com Ovos
Ingredientes:
Para 4 pessoas
100 g de toucinho entremeado salgado
2 colheres de sopa de banha
1 molho grande de poejos
1 cebola
1 dente de alho
1 folha de louro
1 cravinho
4 ovos
sal
pimenta
400 g de pão de 2.ª (de véspera)
Preparação
Para 4 pessoas
100 g de toucinho entremeado salgado
2 colheres de sopa de banha
1 molho grande de poejos
1 cebola
1 dente de alho
1 folha de louro
1 cravinho
4 ovos
sal
pimenta
400 g de pão de 2.ª (de véspera)
Preparação
Corta-se o toucinho às tirinhas e frita-se sobre lume brando com a banha (ou a gordura de fritar entrecosto ou outra carne de porco).
Pica-se a cebola e o alho finamente e refoga-se na gordura.
Juntam-se os poejos (previamente limpos de raízes e folhas secas), cortando as hastes e as folhas em pequenos troços, o louro e o cravinho.
Deixa-se estalar durante cerca de 2 minutos.
rega-se com 1,5 litros de água, tempera-se com sal e pimenta e deixa-se ferver tapado durante 30 minutos.
Antes de servir, escalfam-se 4 ovos (1 por pessoa) no caldo da sopa.
Retiram-se os ovos e colocam-se sobre pão já cortado às fatias e na terrina em que a sopa será servida.
Rega-se com o caldo, abafa-se e serve-se.
*Como no Alentejo é hábito fritar-se o entrecosto ou outra carne de porco temperada com massa de pimentão, a gordura resultante desta fritura é a que se utiliza geralmente para fritar o toucinho para a sopa de poejos.
A esta gordura dá-se o nome de «banha corada»
Receita retirada de Receitas e Menus
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
Personalidades Alentejanas - SÁ, Mário Vieira de
(n. Lisboa em 1888)
Oriundo de uma família distinta, Mário Vieira e Sá formou-se em Agronomia pelo Instituto de Agronomia e Veterinária de Lisboa. Habilitou-se também com a especialidade de Agricultura Colonial, a fim de poder exercer a profissão no Ultramar.
Entre os mais diversos e numerosos cargos que desempenhou, contam-se os seguintes: consultor técnico da Associação Central da Agricultura Portuguesa; director da Sociedade de Ciências Agrónomas de Portugal; director da Associação dos Regentes Agrícolas; director da Fiscalização dos Produtos Agrícolas; director dos abastecimentos do Distrito de Vila Real; director da Secção Agronómica da Empresa Internacional de Comércio e Indústria, Lda; director da Secção Agronómica da Antiga Casa Luís Bartosa, etc.
Chegou também a ocupar vários cargos de director em Moçambique, mas tornou-se mais conhecido pelo seu estudo e ordenamento da Mata Nacional do Alfeite, e pelo estudo da zona de Abrantes de uma praga que assolava os sobreiros, trabalhos encomendados pelo ministro do Fomento da Altura, o Dr. Brito Camacho.
Além de vários artigos da sua especialidade, inseridos em revistas científicas, publicou: As Vacas Leiteiras; O Alentejo-Sua Descrição Geral, Principais Produções e Projecto de Irrigação; Sal das Colónias Portuguesas; Dicionário Ilustrado sobre Sal e Marinhas de Sal e Exploração Racional de Vacas Leiteiras.
Foi também o fundador do jornal A Voz do Campo, que abordava assuntos agrícolas, e foi colaborador de outras tantas publicações.
In Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. Lisboa; Rio de Janeiro: Editorial Enciclopédia Lda., [195-]. Vol. XXXV, pp. 270-271.
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