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sexta-feira, 14 de março de 2025

Alandroal - Santuário de Nossa Senhora da Boa Nova

 

Templo fortaleza de planta cruciforme (cruz grega), de arquitetura medieval muito rara em Portugal. As frestas, os melrões ou os matacães sobre as portas caracterizam a sua arquitetura marcadamente militar. A sua fundação data da primeira metade do século XIV e é atribuída à rainha de Castela, D. Maria, mulher de D. Afonso XI e filha de D. Afonso IV, que teria feito um voto pela vitória da Batalha do Salado em 1340. Este santuário substitui a primitiva igreja da vila.
Todos os anos, no domingo de Pascoela, é realizada uma romaria que reúne um número considerável de crentes.


Alandroal - Igreja da Misericórdia

Trata-se de duas igrejas contíguas, sendo a mais antiga quinhentista e a mais recente do final do século XVII, início do seguinte. A primeira conserva a traça original. De nave única possui abóbodas de nervuras com a Cruz de Cristo no fecho, para além de outros elementos decorativos de cronologias posteriores. A nova igreja apresenta na fachada principal as armas de D. João V. No interior, para além de vários elementos de considerável interesse, possui retábulo detalha dourada, dois altares, coro alto e púlpito em mármore.

Fazem igualmente parte do conjunto os antigos Hospital e Asilo, igualmente pertencentes à Santa Casa da Misericórdia do Alandroal. Relacionada com este conjunto, está a fonte, que se encontra em frente, de espaldar em mármore, datada de 1872.

Alandroal - Caraterização do Município

Embora não fazendo parte do mundo mediterrânico, a parte sul de Portugal revela-se com caraterísticas idênticas e essenciais na sua geografia, tanto no revestimento vegetal como no clima, tanto nos modos de vida como na economia ancestral.

A região correspondente ao concelho de Alandroal tem um clima temperado mediterrânico, com invernos curtos, amenos e com pouca precipitação e verões longos, quentes e secos. O verão carateriza-se por uma estação seca e quente muito marcada, variando a temperatura média anual entre os 15,0ºC e os 17,5ºC, registando a humidade relativa do ar uma diminuição acentuada nesta época do ano, podendo atingir um valor que oscila entre os 70 e os 80% no inverno. Pela sua interioridade, é corrente existirem amplitudes térmicas diárias consideráveis, isto é, pode suportar um considerável calor durante o dia e à noite necessitar de um bom agasalho.

As rochas da região são predominantemente xistos e outras rochas metamórficas que dão origem à morfologia que conhecemos e ao solo que pisamos. A norte do concelho afloram rochas calcárias, às vezes com interessantes ocorrências cársicas, de onde tradicionalmente se extraem os famosos mármores (resultado do efeito de altas temperaturas e pressões sobre os calcários – metamorfismo).

Na ponta sudoeste do concelho, salpicando a paisagem, é também possível encontrar afloramentos graníticos com as suas caraterísticas formas arredondadas.

A riqueza mineralógica do Alandroal evidencia-se pelos vestígios da ocupação humana de algumas minas desde a pré-história (Neolítico). Os interessados por este tema (geologia, mineralogia, história mineira, paleontologia ou arqueologia) poderão contactar o Departamento de Geociências da Universidade de Évora, tel. 266 745 301 ou secgeo@uevora.pt) e tentar marcar uma visita guiada.

A natureza dos solos reflete-se, como seria de esperar, na sua capacidade de uso, nas potencialidades genéricas e na ocupação que lhe é efetivamente atribuída. Verifica-se que estas áreas são constituídas por extensas manchas de sistemas agroflorestais compostos por montado com culturas anuais, pastagens ou matos no subcoberto, que ocorrem por todo o território, com maior expressão nas freguesias de Terena, Santiago Maior e União das Freguesias de Alandroal, S. Brás dos Matos e Juromenha. Outras áreas agrícolas, como as culturas temporárias de sequeiro e de regadio ou as pastagens permanentes surgem com maior incidência na zona central do concelho, na freguesia de Terena e na União das Freguesias de Alandroal, S. Brás dos Matos e Juromenha. O olival, por sua vez, assume maior expressão territorial nas freguesias de Santiago Maior e Capelins e na União das Freguesias de Alandroal, S. Brás dos Matos e Juromenha.

De uma forma geral, o município de Alandroal não apresenta um relevo muito acidentado, variando a altitude entre os 109 metros, na vizinhança do rio Guadiana, e os 416 metros no Monte Carambo, localizado a norte da vila de Alandroal. Do ponto de vista da rede hidrográfica, o concelho está bem marcado em toda a sua área por importantes cursos de água, destacando-se pela sua importância o rio Guadiana, que percorre toda a extensão este do município, e ainda a presença de outros cursos de água, dos quais merecem particular destaque as ribeiras da Asseca, do Alcaide e de Lucefécit.

O concelho de Alandroal apresenta 3% do seu território classificado nos termos do Plano Setorial da Rede Natura 2000, através da inclusão de uma área com 1.677 hectares pertencente ao Sítio PTCON0032 – Guadiana/Juromenha, que abrange parte do troço transfronteiriço do Guadiana.

Nesta área, o rio é marginado por encostas com uma forte cobertura de azinhal e áreas de montado com elevado interesse conservacionista, que surgem acompanhados por matagais e matos baixos meso-xerófilos de caraterísticas mediterrânicas. Em zonas aluvionares surgem formações ripícolas de tamujo, loendro, salgueiro-branco e choupo-branco. A fauna piscícola tem neste local um ótimo ambiente para a ocorrência de cumba, boga de boca arqueada e lontra, entre outras espécies. O mesmo sucede com o morcego rato grande, a par de outras colónias de morcegos, que têm na zona de montado uma importante fonte de alimentação.

As galerias ripícolas (vegetação nas margens dos rios e ribeiros) no Alandroal são de uma riqueza ímpar. Aproveite e perca-se nas margens dos rios e ribeiros.

As terras de Alandroal caraterizam-se por formas de relevo suaves e por uma ocupação do solo marcada pelas áreas abertas de culturas arvenses de sequeiro e culturas irrigadas – nitidamente mais povoadas.

O Grande Lago do Alqueva, com os seus mais de 50 quilómetros de extensão, fazendo a fronteira do concelho com Espanha, constitui um potencial pólo de atração para o desenvolvimento de atividades de recreio e estética da paisagem.

Muito embora o montado surja um pouco por todo o concelho de Alandroal,  a área mais significativa em termos de arvoredo, sistemas agroflorestais e importância para a fauna local ocorre num mancha contínua desde a zona sul de Juromenha, passando pela Mina do Bugalho, até ao limite sul do concelho. Esta mancha compreende um montado em bom estado de conservação, produtivo, com densidades adequadas para o pastoreio de espécies autóctones.

Os campos do Alandroal, como outros, têm pouca gente. O reverso positivo desta moeda é que o Alandroal tem, com grande qualidade, o bem mais precioso do planeta: terra, espaço e território.

O sistema de acessibilidades do concelho de Alandroal carateriza-se pela extensão considerável da rede viária municipal (0,24 km/km2), face à baixa cobertura de vias integrantes da rede de estradas nacionais (0,10 km/km2). No total, a rede rodoviária possui uma extensão de 183,7 quilómetros, dos quais 54,8 são correspondentes a estradas nacionais, 48,8 a estradas municipais e 80,1 a caminhos municipais.

O mesmo se pode dizer relativamente a vias estruturantes, em particular à A6/IP7, que estabelece a ligação entre Lisboa e Badajoz/Sevilha/Madrid, passando por Montemor-o-Novo, Évora, Estremoz e Elvas.

O Alandroal é uma terra com uma enorme diversidade de património natural, edificado e imaterial, tradições populares e legados culturais. Aqui, está-se inconfundivelmente no Alentejo,

com terras de Espanha à distância de um olhar, horizontes rasgados e visões generosas da terra, seja ela de olival, montado ou vinha. Uma rede de alojamentos de turismo rural de alta qualidade e uma gastronomia multifacetada completam a paleta de argumentos que farão da experiência do Alandroal uma situação única e inesquecível.