Desconhece-se a data da instituição da Igreja, contudo pelo seu aspeto parece obra típica do Século XVII e melhorada em épocas posteriores, mas já existia no ano de 1588.
segunda-feira, 7 de abril de 2025
Alandroal - Igreja de Nossa Senhora dos Remédios
Sede de freguesia desde épocas remotas e dependente do extinto concelho de Terena, já existia como curado no ano de 1534, data da visitação eclesiástica ordenada pelo Cardeal Infante D. Afonso, Bispo de Évora.
O templo subsistente é, todavia, vestígio de uma transformação posterior, e a sua fundação deu-se em terras da coroa, então chamadas de Vil Nova.
Alandroal - Ermida de Santo António
Situada no arrabalde setentrional da vila fortificada, é de fundação antiga mas desconhecida e aparenta ser, segundo o exame arquitetónico, obra da 1ª metade do século XVIII.
Fortaleza de Juromenha
Implantada sobre o Rio Guadiana tem vestígios de ocupação desde a época Romana, sendo este um bom exemplo da evolução dos sistemas de fortificação. A estrutura defensiva sobrevive desde o período árabe, do qual perduram parte da muralha, uma porta e torres em taipa militar islâmica; durante parte do domínio muçulmano foi considerada a praça-forte de defesa da envolvente a Badajoz. Já sobre o domínio cristão, no reinado de D. Dinis, recebeu obras profundas. Durante a Guerra da Restauração foi construída a nova estrutura abaluartada, adaptada à artilharia da época, de planta poligonal e com duas cinturas de muralhas.
O castelo ocupou lugar de relevo nas lutas da formação da nacionalidade, conquistada aos mouros em 1167 por D. Afonso Henriques. Nas disputas territoriais, tanto com muçulmanos como com castelhanos, o castelo passou a ocupar um lugar de relevo da defesa da nacionalidade portuguesa.
No interior da fortificação existem duas igrejas (a da Misericórdia e a Matriz), a cadeia (edifício cuja configuração actual data do século XVII), os antigos Paços do Concelho cuja fachada ruiu um 1930, diversas ruínas pertencentes ao aglomerado urbano e a antiga cisterna de planta quadrangular.
Alandroal - Ermida de São Sebastião
Situada no caminho para o Santuário da Boa Nova e integrada no Cemitério Público a partir de 1870. Desconhece-se a origem da sua fundação histórica mas sabe-se que já existia nos alvores do século XVI, segundo o desenho de Duarte de Armas. Também sofreu com o terramoto de 1755.
Alandroal - Igreja da Misericórdia
Não se sabe a data da sua fundação, mas talvez tenha origem quinhentista, ainda do reinado de D. João III. Está situada na Rua Direita, delimitada pelos antigos Paços do Concelho e pela Torre do Relógio.
Castelo de Terena
Não se sabendo ao certo a data da sua construção, mas pensa-se que poderá ter sido no século XIII, após a atribuição do foral à povoação por Gil Martins e a sua mulher, D. Maria João.
As fontes tradicionais afirmam que a fortificação da vila se deveu ao rei D. Dinis, todavia a versão documental atribui a feitoria desta obra a D. João I, monarca que integrou o burgo no Padroado da Ordem de Avis.
A fortificação sofreu várias obras ao longo dos séculos, sendo talvez a intervenção de maior realce a ocorrida no período manuelino, em particular na entrada principal, com arcos adornados por bolas e entrelaçados.
O Castelo sofreu estragos consideráveis em 1755, que foram corrigidos, parcialmente, a partir de 1972, pela Direção geral dos Monumentos Nacionais.
Igreja de Nossa Senhora da Consolação
Capela Tumular de Diogo Lopes de Sequeira, 4º Governador Geral da Índia, grande descobridor e navegante dos mares de África e do Oriente, enaltecido por Camões nos Lusíadas (X,52) e alcaide-mor da vila de Alandroal. Fundada em 1520.
Alandroal - Ermida de Nossa Senhora das Neves
Fundada em finais do século XV, possivelmente no reinado de D. Manuel I, com o patronímico de N.ª Sr.ª das Hervas. Foi integrada em 1884 no Cemitério Público Municipal.
Alandroal - Igreja de São Pedro
Fica situada à entrada da vila, no caminho para Vila Viçosa. Fundada pelo povo alandroalense nos fins do século XVI.
Alandroal - Ermida de São Bento
É desconhecida a data da sua fundação mas encontra-se ligada à lenda de que um eremita de nome João Sirgado, se deslocava todos os dias ao local para orar a S. Bento da Contenda e este salvou a vila dos males da peste de 1580, a troco da construção da ermida em seu nome.
Alandroal - Ermida de Santo António
Construída em época incerta do século XVII, a poder de esmolas dos devotos do santo, em local fora da vila mas hoje nela integrada e na saída para Juromenha, sofreu profundos estragos originados pelo terramoto de 1755, os quais foram reparados ulteriormente.
Alandroal - Ermida de São Sebastião
Alandroal - Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição
Situada no interior do Castelo de Alandroal, a Igreja Matriz de N.ª Sr.ª da Conceição encontra-se adossada à Torre de Menagem. De arquitetura manuelina, barroca e neoclássica, é constituída por nave única.
A fundação da igreja paroquial de N.ª Sr.ª da Graça parece remontar às origens do castelo e sabe-se que já existia no ano de 1320 ainda como capelania de Juromenha e em 1359 como comenda da Ordem de Avis. Com a Independência Nacional a consagração do templo passou à Imaculada Conceição.
Alandroal - Igreja Matriz de São Pedro
A fundação do templo é muito antiga pois já existia em 1394 e, segundo a tradição, sucedeu ao curado de N.ª Sr.ª da Boa Nova. O primitivo templo perdeu-se completamente e o único vestígio da obra posterior, quinhentista, assinala-se na capela-mor.
Castelo de Alandroal
Segundo duas das fascinantes inscrições existentes no castelo, a sua obra iniciou-se em Fevereiro de 1294 e terminou exactamente quatro anos depois; a mesma fonte nos diz que foi seu construtor o mouro Galvo. Porém, ainda em 1280 se fazem referências às relações entre a Ordem de Avis e o Alandroal. No foral Manuelino (1514) refere-se uma primeira carta de foro passada por D. Afonso Henrique, contudo crê-se tratar de um erro e que o primeiro foral seja de 1486, já com D. João II. Era notável a presença da Ordem de Avis no concelho, onde o Mestre tinha uma coudelaria, e a Ordem possuía várias adegas, vinhas, herdades e coutadas.
Por volta de 1384 dá-se uma investida dos partidários de Castela e Pero Rodrigues, alcaide do Alandroal, resiste e sai vitorioso. Não subsistem notícias de conflitos no castelo do Alandroal, somente das investidas a partir do Alandroal de Pero Rodrigues e dos seus homens em defesa das terras vizinhas.
No decorrer das Guerras da Restauração a povoação, apesar de nunca na linha da frente, volta a ter um papel militar quando a fronteira é reforçada com tropas e cavalaria, envolvendo também o Alandroal, como reforço da retaguarda; é então referida a sua importância, sobretudo pelas suas águas, tão necessárias nos verões rigorosos.
O castelo divide-se no castelejo e na alcáçova, e tem uma organização típica de outros castelos de origem árabe. Possui duas torres junto à porta Legal, outra junto à Porta do Arrabalde, a Torre de Menagem, a Torre dos Paços e mais duas distribuídas pelo restante espaço de muralhas. A Cadeia Comarcã é do século XVIII, altura em que é destruída a barbacã e são construídos os Paços do Concelho. Na alcáçova ainda é possível observar o pátio de armas, com a cisterna e as estruturas que quando Duarte d’Armas o desenhou, em 1509, já estava em ruinas. A janela de arco ultrapassado, e a possível torre Albarrã junto á Torre dos Paços, são provas da influência islâmica na sua construção.
No período das lutas da Independência de 1383-85, teve como alcaide Pêro Rodrigues.
sexta-feira, 14 de março de 2025
Alandroal - Santuário de Nossa Senhora da Boa Nova
Alandroal - Igreja da Misericórdia
Trata-se de duas igrejas contíguas, sendo a mais antiga quinhentista e a mais recente do final do século XVII, início do seguinte. A primeira conserva a traça original. De nave única possui abóbodas de nervuras com a Cruz de Cristo no fecho, para além de outros elementos decorativos de cronologias posteriores. A nova igreja apresenta na fachada principal as armas de D. João V. No interior, para além de vários elementos de considerável interesse, possui retábulo detalha dourada, dois altares, coro alto e púlpito em mármore.
Fazem igualmente parte do conjunto os antigos Hospital e Asilo, igualmente pertencentes à Santa Casa da Misericórdia do Alandroal. Relacionada com este conjunto, está a fonte, que se encontra em frente, de espaldar em mármore, datada de 1872.
Praia Fluvial das Azenhas D’El Rei
A Praia Fluvial das Azenhas D’El Rei está situada na Área de Recreio e Lazer das Azenhas D`EL Rei, inserida numa das margens da Albufeira de Alqueva, a 3Km da localidade de Montejuntos, freguesia de Capelins, no concelho de Alandroal. A praia fluvial é a primeira no concelho de Alandroal e irá integrar a rede de Praias Fluviais de Alqueva. Localizada nas margens do maior lago artificial da Europa, pretende ser um local de referência no concelho e na região, permitindo receber centenas de visitantes.
O concelho de Alandroal tem vários quilómetros de margem do maior lago artificial da Europa e três áreas recreativas e de lazer previstas no POAAP. Durante o ano de 2022 o município concluiu a área recreativa e de lazer das Azenhas d’el Rei que inclui uma praia fluvial com um enquadramento perfeito no espaço rural e na paisagem natural característica do Rio Guadiana. Formalizou a sua adesão ao projeto das Estações Náuticas dinamizado pela Fórum Oceano, obtendo a 2 de março de 2023, a sua certificação como Estação Náutica de Alandroal, no primeiro dos três polos previstos para o concelho. Integrar esta vastíssima rede nacional de promoção dos destinos com turismo náutico constituirá uma excelente oportunidade de diversificação da oferta turística local.
A área recreativa e de Lazer das Azenhas d’el Rei, que inclui a Praia Fluvial das Azenhas d’el Rei, é constituída pelos seguintes espaços: bar restaurante com esplanada; rampa de varadouro; ancoradouro; instalações sanitárias; duches públicos; posto médico; parque de merendas; parque de autocarros; parque de estacionamento, com sinalização para ambulâncias; grávidas e idosos; mobilidade condicionada; ecoponto ilha e eco pontos; suporte para bicicletas; torre de vigilância; toldo de proteção solar; rampa de mobilidade condicionada; zona de areal e zona de relva.
Esta infraestrutura é desde a sua abertura em junho de 2022, um espaço certificado pela ABAAE e pela APA, como sendo um espaço merecedor do galardão de Bandeira Azul e de Praia Acessível, o que lhe confere um selo de garantia da sua qualidade a todos aqueles que a visitarem.
Alandroal - Caraterização do Município
Embora não fazendo parte do mundo mediterrânico, a parte sul de Portugal revela-se com caraterísticas idênticas e essenciais na sua geografia, tanto no revestimento vegetal como no clima, tanto nos modos de vida como na economia ancestral.
A região correspondente ao concelho de Alandroal tem um clima temperado mediterrânico, com invernos curtos, amenos e com pouca precipitação e verões longos, quentes e secos. O verão carateriza-se por uma estação seca e quente muito marcada, variando a temperatura média anual entre os 15,0ºC e os 17,5ºC, registando a humidade relativa do ar uma diminuição acentuada nesta época do ano, podendo atingir um valor que oscila entre os 70 e os 80% no inverno. Pela sua interioridade, é corrente existirem amplitudes térmicas diárias consideráveis, isto é, pode suportar um considerável calor durante o dia e à noite necessitar de um bom agasalho.
As rochas da região são predominantemente xistos e outras rochas metamórficas que dão origem à morfologia que conhecemos e ao solo que pisamos. A norte do concelho afloram rochas calcárias, às vezes com interessantes ocorrências cársicas, de onde tradicionalmente se extraem os famosos mármores (resultado do efeito de altas temperaturas e pressões sobre os calcários – metamorfismo).
Na ponta sudoeste do concelho, salpicando a paisagem, é também possível encontrar afloramentos graníticos com as suas caraterísticas formas arredondadas.
A riqueza mineralógica do Alandroal evidencia-se pelos vestígios da ocupação humana de algumas minas desde a pré-história (Neolítico). Os interessados por este tema (geologia, mineralogia, história mineira, paleontologia ou arqueologia) poderão contactar o Departamento de Geociências da Universidade de Évora, tel. 266 745 301 ou secgeo@uevora.pt) e tentar marcar uma visita guiada.
A natureza dos solos reflete-se, como seria de esperar, na sua capacidade de uso, nas potencialidades genéricas e na ocupação que lhe é efetivamente atribuída. Verifica-se que estas áreas são constituídas por extensas manchas de sistemas agroflorestais compostos por montado com culturas anuais, pastagens ou matos no subcoberto, que ocorrem por todo o território, com maior expressão nas freguesias de Terena, Santiago Maior e União das Freguesias de Alandroal, S. Brás dos Matos e Juromenha. Outras áreas agrícolas, como as culturas temporárias de sequeiro e de regadio ou as pastagens permanentes surgem com maior incidência na zona central do concelho, na freguesia de Terena e na União das Freguesias de Alandroal, S. Brás dos Matos e Juromenha. O olival, por sua vez, assume maior expressão territorial nas freguesias de Santiago Maior e Capelins e na União das Freguesias de Alandroal, S. Brás dos Matos e Juromenha.
De uma forma geral, o município de Alandroal não apresenta um relevo muito acidentado, variando a altitude entre os 109 metros, na vizinhança do rio Guadiana, e os 416 metros no Monte Carambo, localizado a norte da vila de Alandroal. Do ponto de vista da rede hidrográfica, o concelho está bem marcado em toda a sua área por importantes cursos de água, destacando-se pela sua importância o rio Guadiana, que percorre toda a extensão este do município, e ainda a presença de outros cursos de água, dos quais merecem particular destaque as ribeiras da Asseca, do Alcaide e de Lucefécit.
O concelho de Alandroal apresenta 3% do seu território classificado nos termos do Plano Setorial da Rede Natura 2000, através da inclusão de uma área com 1.677 hectares pertencente ao Sítio PTCON0032 – Guadiana/Juromenha, que abrange parte do troço transfronteiriço do Guadiana.
Nesta área, o rio é marginado por encostas com uma forte cobertura de azinhal e áreas de montado com elevado interesse conservacionista, que surgem acompanhados por matagais e matos baixos meso-xerófilos de caraterísticas mediterrânicas. Em zonas aluvionares surgem formações ripícolas de tamujo, loendro, salgueiro-branco e choupo-branco. A fauna piscícola tem neste local um ótimo ambiente para a ocorrência de cumba, boga de boca arqueada e lontra, entre outras espécies. O mesmo sucede com o morcego rato grande, a par de outras colónias de morcegos, que têm na zona de montado uma importante fonte de alimentação.
As galerias ripícolas (vegetação nas margens dos rios e ribeiros) no Alandroal são de uma riqueza ímpar. Aproveite e perca-se nas margens dos rios e ribeiros.
As terras de Alandroal caraterizam-se por formas de relevo suaves e por uma ocupação do solo marcada pelas áreas abertas de culturas arvenses de sequeiro e culturas irrigadas – nitidamente mais povoadas.
O Grande Lago do Alqueva, com os seus mais de 50 quilómetros de extensão, fazendo a fronteira do concelho com Espanha, constitui um potencial pólo de atração para o desenvolvimento de atividades de recreio e estética da paisagem.
Muito embora o montado surja um pouco por todo o concelho de Alandroal, a área mais significativa em termos de arvoredo, sistemas agroflorestais e importância para a fauna local ocorre num mancha contínua desde a zona sul de Juromenha, passando pela Mina do Bugalho, até ao limite sul do concelho. Esta mancha compreende um montado em bom estado de conservação, produtivo, com densidades adequadas para o pastoreio de espécies autóctones.
Os campos do Alandroal, como outros, têm pouca gente. O reverso positivo desta moeda é que o Alandroal tem, com grande qualidade, o bem mais precioso do planeta: terra, espaço e território.
O sistema de acessibilidades do concelho de Alandroal carateriza-se pela extensão considerável da rede viária municipal (0,24 km/km2), face à baixa cobertura de vias integrantes da rede de estradas nacionais (0,10 km/km2). No total, a rede rodoviária possui uma extensão de 183,7 quilómetros, dos quais 54,8 são correspondentes a estradas nacionais, 48,8 a estradas municipais e 80,1 a caminhos municipais.
O mesmo se pode dizer relativamente a vias estruturantes, em particular à A6/IP7, que estabelece a ligação entre Lisboa e Badajoz/Sevilha/Madrid, passando por Montemor-o-Novo, Évora, Estremoz e Elvas.
O Alandroal é uma terra com uma enorme diversidade de património natural, edificado e imaterial, tradições populares e legados culturais. Aqui, está-se inconfundivelmente no Alentejo,
com terras de Espanha à distância de um olhar, horizontes rasgados e visões generosas da terra, seja ela de olival, montado ou vinha. Uma rede de alojamentos de turismo rural de alta qualidade e uma gastronomia multifacetada completam a paleta de argumentos que farão da experiência do Alandroal uma situação única e inesquecível.