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quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Foral de Nisa



O Foral de NISA foi concedido à Vila de Nisa em 1512, e está em posse da mesma.

O Foral é um documento concedido pelo Rei ou por um senhor laico ou eclesiástico, a uma povoação onde se estabelecem as normas de relacionamento dos seus habitantes, entre si e com o senhor que lhes tinha outorgado o documento.

Concedia terras baldias para uso colectivo da comunidade, regulava impostos, portagens, taxas, multas, estabelecia direitos de protecção e obrigação militares.

Para além disso, visava incentivar o povoamento de terras difíceis de incrementar novos tipos de culturas mais rentáveis (o caso da vinha), concedendo ao cultivador garantias de liberdade, o que para a época se revelava de extrema importância, uma vez que a maioria dos habitantes era escrava ou serva da gleba (Feudo a que os servos estavam adstritos).

Com este documento ficava regulamentada a organização social e administrativa, definia-se o que pertencia à coroa e ao senhor donatário, caso o houvesse.

No que respeita a Nisa, foram-lhe concedidos dois forais, o primeiro possívelmente antes de 1232 ou durante esse ano. E diz-se possívelmente porque se desconhece a existência material do documento, uma vez que apenas existe uma referência encontrada no Foral de Crato de 8 de Dezembro, onde a dada altura se diz que este documento foi concebido nos moldes do concedido a Nisa.

O segundo Foral foi concedido a Nisa pelo Rei D. Manuel em de 1512 e insere-se nos chamados Forais Novos, uma grande reforma administrativa que já tinha sido pensada pelo seu pai, D. João II, que faleceu antes de a concretizar. Achava o monarca que os antigos forais estavam desfasados em termos sociais e económicos.

Por carta régia de 22 de Novembro de 1497 ordenou D. Manuel a verificação e reformulação de todos os forais já existentes. Incumbiu o Doutor Rui Boto, chanceler-mor, o desembargador João Façanha e o cavaleiro Fernão de Pina, para tal tarefa.

Cada localidade deveria transmitir aos membros da comissão a forma como arrecadava as rendas e direitos reais, a aplicação que faziam dos direitos de portagem e costumagem.

Esta reforma de 1497 dos Forais foi precedida de uma outra, consagrada aos pesos e medidas, como o fim de as antigas moedas serem pagas “qualidade”, Ou seja, a vida económica servia de base à reforma dos forais, na medida em que procedeu à conversão das antigas moedas. Aliás esta reforma interessa ao monarca e aos seus agentes fiscais empenhados em arrecadar receitas. A política expansionista seiscentista obrigava ao aumento constante da receita para equilibrado erário régio.

De 1500 a 1520 saíram novos forais referentes ás províncias da Beira, Trás-os-Montes, Entre Douro e Minho, Estremadura e Entre Tejo e Guadiana. Atualizavam-se as normas de vivência municipal que em muitos casos tinham três séculos de existência.

Foram sem duvida os anos entre 1512 e 1516, os responsáveis pelo maior número de forais, onde se insere o de Nisa. O Rei manda também reparar as muralhas e por esse motivo poder-se-á ter dado uma transformação do seu espaço interior em paço fortificada.

Também os então concelhos de Alpalhão, Tolosa e Arez e Amieira do Tejo e Montalvão receberam foral entre 1512 e 1517.

Relativamente ao conteúdo do Foral de Nisa, em termos materiais a capa é de couro gravado com quatro preguetas em metal, as folhas são de pergaminho e a apresentação do mesmo é feita através de uma iluminura com tema floral bem definido e simples em tons de azul, vermelho e verde, aparecendo ainda vestígios de um tom prateado.

No que respeita ao conteúdo, os assuntos estão expressos no índice, onde se descrevem os temas a tratar.

São definidas as portagens gerais e depois os montes dependendo das cargas e das arrobas das mesmas. Ficam definidos os pagamentos para matérias tão distintas como o gado, a caça, a carne, o azeite e o mel, o barro e as louças, metais, ferramentas, panos finos, “calcadura”, pão, “pilitaria” entre tantas outras.

A vida económica-social dos seus habitantes regia-se por este documento, daí os Forais Novos terem sido instrumentos vitais para o desenvolvimento desta sociedade do século XVI que em nada tinha a ver com a do Século XII (altura do primeiro Foral concedido á Vila de Nisa).

Os Forais foram extintos em 1832 por Mouzinho da Silveira.

O Foral de Nisa esteve entregue ao Instituto Português de Conservação e Restauro para uma intervenção que visou melhorar o seu estado de conservação.

https://www.cm-nisa.pt/index.php/concelho/foral-de-nisa

sábado, 21 de dezembro de 2019

Crato - Património


PATRIMÓNIO
Visite o Concelho do Crato e descubra a diversidade do nosso património – religioso, militar, civil, utilitário e de produção –, sem esquecer outros elementos e conjuntos que, apesar do seu carácter autónomo, encerram em si mesmos um elevado grau simbólico e cultural.

ESPAÇOS VISITÁVEIS
Religioso
- Igreja Matriz do Crato ou Nossa Senhora da Conceição (séculos XIII-XVIII);
- Convento de Santo António - Crato (séculos XVII-XVIII);
- Núcleo Sopa dos Pobres
- Núcleo Farmácia e Hospital
- Capela e Edifício da Misericórdia - Crato (século XVII);
- Capela de Nossa Senhora do Bom-Sucesso ou da Cadeia - Crato (século XVIII)
- Igreja Paroquial de S. Martinho - Aldeia da Mata
- Igreja Paroquial Nossa Senhora das Neves – Flor da Rosa (século XX)
- Igreja Paroquial São João Batista – Gáfete (século XVI-XVIII)
- Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Conceição - Monte da Pedra (século XVII)
- Igreja Paroquial Nossa Senhora da Luz – Vale do Peso (século XVII-XVIII)
- Ermidas
- Ermida de Nossa Senhora dos Mártires - Pisão (século XVIII);
- Ermidas do Crato (século XVII);
- Ermida de S. Marcos em Gáfete;
- Ermida de S. António em Aldeia da Mata.

CIVIL
- Casa do Forno - Crato
- Varanda do Grão-Prior - Crato (século XVI)
- Portais Ogivais
São 5 os portais em arco quebrado existentes no Crato. A sua presença assinala, geralmente, habitações térreas ou de um sobrado, com uma tipologia frequente na vila. As fachadas são organizadas segundo princípios simples: chaminé saliente (janela) porta, no piso inferior; janela única, no piso superior. Os portais são muito simples com impostas de modenatura canelada.
- Rua de S. Pedro nº 3;
- Rua da Portela, 19 e 22;
- Rua da Sobreira nº 29;
- Largo Luís de Camões nº 7;
- Rua da Misericórdia nº 16
- Portal Ogival Casa Museu - Aldeia da Mata
- Casa do embaixador Pequito – Gáfete
- Portais Quinhentistas
Habitações idênticas às anteriormente descritas, possuem arcos de feição quinhentista, certamente do primeiro quartel do século:
- Rua da Sobreira nº 32;
- Rua D. Álvaro Gonçalves Pereira nº 2;
- Rua do Bispeiro nº 18;
- Rua Teixeira Guerra nº 22
- Museus
- Museu Municipal do Crato (século XVIII)
- Casa-Museu Padre Belo

UTILITÁRIOS
- Fontes
- Fonte do Crespo
- Fonte de Santo André
- Fonte Pêro filho
- Fonte Beringel
- Fonte Nova
- Pontes
- Ponte Romana da Ribeira da Seda – Vestígios de Via Romana (século III d.c.)
- Ponte Romana do Chocanal
- Ponte do Prado
- Ponte Cujancas

sábado, 7 de dezembro de 2019

Crato - Breve Resenha Histórica


Situado no Alto Alentejo, a 22 km a Oeste de Portalegre, o Crato é um Município com História, com um passado marcado pela presença dos pastores megalíticos e dos seus hábitos e cultura. Só neste município estão inventariadas mais de 70 antas, duas das quais Monumento Nacional: a Anta do Tapadão e a Anta do Crato.
O município do Crato é marcado, também:
- Pela ocupação romana exemplo das suas villas, habitat e pontes;
- Pelo nome e vivência da Ordem dos Hospitalários (posteriormente Ordem Soberana e Militar de Malta) e de D. Álvaro Gonçalves Pereira, 1º Prior do Crato, que ergue para sede da Ordem o imponente Mosteiro de Santa Maria de Flor da Rosa e o Palácio do Grão-Prior
(arquitectura atribuída a Miguel Arruda) do qual apenas resta a imponente varanda e um janelão);
- Pelo glamour da época barroca com os seus palácios distribuídos por todo o município e, porque não,
- Pelos casamentos régios de D. Manuel I com D. Leonor e de D. João III e D. Catarina, celebrados nos Paços do castelo (Palácio Teixeira Guerra), na vila do Crato, com pompa e circunstância.

A Ordem de São João Baptista de Jerusalém. Depois chamada do Hospital, e ainda posteriormente, pela sede nas ilhas respectivas, de Rodes (1309-1523) e de Malta (1530 em diante), foi instituída por um grupo de comerciantes italianos de Amalfi para serviço e apoio dos peregrinos a Jerusalém.
D. Teresa Afonso, mulher do Conde D. Henrique, doou o Mosteiro de Leça à Ordem do Hospital em 1128, tendo então sido neste local a casa mãe da Ordem em Portugal.
Foi por carta de doação de D. Sancho II, sendo prior D. Mendo Gonçalves, que a Ordem recebeu, em 22 de Maio de 1232, o senhorio do Crato.
Porém, foi com D. Frei Álvaro Gonçalves Pereira e após edificação do Mosteiro de Santa Maria de Flor da Rosa, em 1356, que o Crato viria a ser sede ou cabeça da Ordem. Foi D. Álvaro Gonçalves Pereira um dos mais insignes Hospitalários de Portugal e da própria Ordem, o primeiro a ser designado por Prior do Crato, como depois dele foram sempre conhecidos os mais altos responsáveis da Religião.
No Crato se estabeleceu a capital do priorado que possuía vinte e três comendas e as seguintes terras e seus termos: Crato, Gáfete, Tolosa, Amieira, Gavião, Belver, Envendos, Carvoeiro, Sertã, Oleiros, Pedrógão Pequeno, Proença-a-Nova, Cardigos e Álvaro.
O Grão-Prior do Crato tinha poder espiritual e temporal, com jurisdição episcopal, motivo pelo qual não estava subordinado a prelado algum.
Em 1790, o Priorado do Crato foi integrado na Casa do Infantado, tendo sido seu último Prior o Senhor D. Miguel I, Rei de Portugal.
Com a extinção das ordens religiosas, também a Ordem de Malta sofreu essa perseguição tendo sido espoliada de todos os seus bens. No entanto, passados alguns anos a Ordem reorganizou-se ressurgindo como «Assembleia dos Cavaleiros Portugueses da Ordem Soberana de São João de Jerusalém.
Actualmente, e como refere o primeiro artigo dos seus estatutos, os Cavaleiros Portugueses de Malta têm como principal objectivo em tempo de paz «dedicar-se a obras de caridade, religião e, especialmente, à assistência hospitalar» e em tempo de guerra «socorrer e aliviar os enfermos e feridos da Armada e do Exército Português»
                    
http://www.cm-crato.pt/pt/historia-cultura


sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Paisagens Naturais - Alter do Chão


O Património natural de Alter do Chão possui uma forte associação com o património cultural e histórico do Concelho. Este, caracterizado por uma beleza ímpar e natural, com uma paisagem dominada pelo montado. O concelho possui um ponto obrigatório de visita - o lugar de Alter Pedroso. De onde se pode contemplar a cada olhar, histórias de outros tempos, vestígios de um passado sempre presente onde a paisagem se estende de tal forma que, agradecemos o motivo que nos levou a visitar esta terra de história viva.

Alter do Chão apresenta uma riqueza natural que tornam o concelho muito interessante do ponto de vista do património ambiental e da conservação da natureza. A diversidade natural e paisagística associada ao património cultural e à qualidade ambiental, constituem um excelente motivo para visita.

A riqueza em espécies cinegéticas, como a perdiz, coelho-bravo, a lebre e o javali, espécies que manifestam uma ocupação variável ao longo dos anos mas sempre presentes, promovem o turismo cinegético.

Os amantes das aves encontram em Alter do Chão o local perfeito para praticar a atividade de Birdwatching. Um local perfeito para passear e facilmente observar aves como a Abetarda, Calhandra – real, Mergulhão-de- crista, Corvo-marinho, Pato-real, Pato trombeteiro e diversas aves de rapina, destacando o Milhafre- real, a Águia-d’asa-redonda e a Águia-calçada. Uma lista infindável de aves que podem ser avistadas principalmente no Inverno e Primavera.

Na flora é importante referir a riqueza e importância da vegetação natural, como o sobreiro, a azinheira e a oliveira, tão típicas da planície alentejana. O espargo, a beldroega, o poejo, a hortelã da ribeira, a carrasquinha são espécies que abundam no campo e que são fortemente aproveitadas na nossa gastronomia.

Junto à Ponte Romana de Vila Formosa na estrada para a Ponte de Sôr e junto ao Porto das Passadeiras na estrada de Seda junto à Herdade de Vale de Barqueiros.
Ribeira de Seda e Mato de Alter – Na estrada que liga Alter do Chão a Aldeia da Mata, estrada municipal n.º 534 e que serve a Coudelaria.

Informação retirada daqui