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quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Lenda da Mandorelha

Casa das Heras (Cercal do Alentejo). Existe ainda hoje a casa denominada a "Casa das Heras", que segundo se diz, antigamente funcionava como uma espécie de cativeiro. Tinha uma enorme porta em ferro e uma abertura para um outro lado onde, noutros tempos, existia uma espécie de queda de água revolta, e que hoje não passa de um pequeno curso de água calma.
Mas, a lenda diz-nos que uma rapariga foi presa da "Casa das Heras", tendo o seu pai lançado a chave para a queda de água, sendo este o sinal que a rapariga jamais sairia de lá com vida.
Nos primeiros tempos de cativeiro ouvia-se a rapariga cantar e via-se, pentear junto à abertura que dava para as águas revoltas e os campos verdejantes. Depois calou-se e não deu mais sinal de vida. Muitos anos depois alguém conseguiu entrar na casa e a única coisa que viu foi o chão gasto pela rapariga de tanto andar o mesmo percurso. Tentou então encontrar alguns vestígios da falecida,mas nada viu. E não se soube se ela escavou a sua própria cova ou se se atirou às águas.
Apenas se sabe que a partir daí, num certo dia do ano, a rapariga aparece à janela a pentear-se com um pente de ouro .

terça-feira, 8 de julho de 2014

Lendas do Alentejo Litoral - Lenda da origem do nome de Grândola

Conta-se então que, antigamente, a zona de Grândola estava cheia de mato, no qual se escondia muita caça grossa, como por exemplo, javalis e veados.

Os príncipes do reino vinham para aqui caçar em grupo, juntamente com os seus caçadores e criados. Um dos príncipes, D. Jorge de Lencastre, construiu neste local uma casa, para ficar por cá uns dias e preparar as suas pândegas com os seus amigos e caçadores. Juntaram-se a este grupo muitos caçadores e houve necessidade de edificar mais casas, nascendo assim uma pequena aldeia. Certo dia, no fim de uma caçada, abateram um enorme e gordo javali. Enquanto cozinhavam num grande caldeirão, alguém terá exclamado:

- Oh!!! Que grande olha!

Daí em diante o lugar passou a chamar-se “Grandolha”, mais tarde “Grandolla”, até atingir a forma actual de Grândola.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Lendas do Alentejo Litoral - Lenda da represa romana

Uma mulher que, numa noite de luar, conduzia uma vaca, ao passar junto de uma represa, viu sobre esta uma moura que se penteava com um pente de ouro. Disse-lhe a moura:

- A tua vaca vai ter dois bezerros iguais; não uses o leite dela a não ser para os alimentar e, quando forem adultos, vem apresentar-mos.

Nasceram efectivamente dois bezerros idênticos, brancos, e na verdade a mulher não deu outro destino ao leite da vaca que não o recomendado pela moura. Porém, um dia perante o rogo de uma vizinha que necessitava urgentemente de leite para acudir a um enfermo, cedeu-lhe parte do que tinha na vasilha. Logo reconheceu o erro cometido e, irritada, derramou o resto do leite sobre um dos bezerros, que, de imediato e com grande espanto seu, se viu ficar coberto de malhas. Quando os animais ficaram adultos, a mulher conduziu-os de noite até ao local da represa. Aí lhe apareceu a moura, que ordenou que os levasse para dentro de água, ao que ofereceram alguma resistência.

Apareceu então uma canga sobre os bois, que começaram a puxar algo que estava soterrado nas areias depositadas e que, ao emergir daquelas, se revelou surpreendente: uma enorme trave de ouro reluzente. Cedo se quebrou o encanto, o boi malhado cedeu e ajoelhou logo, afundando-se a trave e desaparecendo a moura. Ouviu-se então uma voz:

- Carriba boi bragado, tiravas a trave de ouro se não te têm o leite roubado.

domingo, 6 de julho de 2014

Lendas do Alentejo Litoral - Anta 2

A anta fica no cimo do sítio do Outeiro do Ouro, a uns três km e ao sul de Grândola, sobranceira à estrada que vai daquela vila a Santiago do Cacém. Do local goza-se dilatado horizonte, pois o Outeiro do Ouro é um dos mais altos de ali.

Diz o povo que nesse outeiro está enterrado um tacho cheio de ouro, com as asas de fora, e que quanto mais se cava para o procurar, mais ele se enterra. Não se entende como é que, estando o tacho com as asas de fora, se enterra cada vez mais, a não ser que elas sejam muito compridas, mas assim conta a lenda. Sem dúvida que o nome do outeiro se relaciona com a lenda – ou esta lhe deu origem ou vice-versa.