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domingo, 7 de abril de 2013

Personalidades Alentejanas - ESPANCA, Florbela de Alma da Conceição Lobo


(n. Vila Viçosa 1895, m. Matosinhos 1930)

Poetisa, de seu nome completo Florbela de Alma da Conceição Espanca. Aos 14 de anos de idade Florbela foi uma das poucas alunas a frequentar o Liceu André de Gouveia. Em 1917 completou o 7º ano de Letras com boa classificação, tendo depois frequentado a Faculdade de Direito de Lisboa, não concluindo o bacharelato. Entre 1916-17 produziu várias composições poéticas que mais tarde viriam a ser reunidas na obra Juvenília, publicada em 1931.

Foi colaboradora da imprensa regional, nomeadamente no periódico Noticias de Évora. Os seus livros de poesia mais marcantes foram o Livro de Mágoas (1918), publicado em 1919 e o Livro de Soror Saudade, publicado em 1923. Em 1931, após a morte da poetisa editou-se Charneca em Flor, obra que a popularizou.

O Diário de Noticias, por iniciativa de António Ferro, promoveu uma subscrição nacional para a construção de um monumento à poetisa, da autoria do escultor Diogo de Macedo. O monumento (busto) foi oferecido à cidade de Évora, onde Florbela deve ter escrito as suas primeiras composições poéticas. A instalação do busto da poetisa no Jardim Público sofreu alguma contestação por parte dos sectores mais conservadores da cidade, para quem Florbela Espanca não era exemplo da mulher passiva e formada, arquétipo predominante de então. Vencida, porém, a resistência, o «Grupo Pro-Évora», ao qual o busto havia sido oferecido, com o apoio da Câmara Municipal, inaugurou-o a 18 de Junho de 1949.

A paisagem alentejana estava interiorizada em Florbela Espanca, a sua influência brotava mais no íntimo da sua alma sentimental, e não no desenho pitoresco ou trágico da paisagem. O Alentejo faíscava-lhe no cérebro e, mercê dum magistral domínio da arte do soneto, transformava-se num doloroso tesouro, em metáforas raras e precisas.

Toda a sua obra seria editada e/ou reeditada postumamente por Guido Battelli, professor e escritor italiano (Juvenilia, Reliquiae, Máscaras do Destino, Domino Negro e Cartas).






In Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. Lisboa; Rio de Janeiro: Editorial Enciclopédia Lda., [195-]. Vol. X, p. 187.

In SILVA, Joaquim Palminha (coord.) - Dicionários Biográfico de Notáveis Eborenses 1900/2000. Évora: Tip. Dário do Sul, 2004. pp. 37-39.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Gastronomia Tradicional Alentejana - Ensopado de Borrego (Reguengos de Monsaraz)


Ingredientes:
Para 8 pessoas
2 kg de carne de borrego (costeletas e sela)
500 g de cebolas
2 colheres de sopa de farinha
200 g de banha
5 dentes de alho
1 folha de louro
1 colher de sopa de pimenta em grão
1 colher de sobremesa de colorau doce
1 ponta de malagueta
1 kg de pão caseiro ou de segunda
sal


Confecção:
Corta-se a carne em bocados, que se passam pela farinha. Retiram-se 3 colheres de sopa de banha e aquece-se a restante num tacho de barro. Introduz-se a carne neste tacho e deixa-se alourar.
À parte, noutro tacho de barro, faz-se um refogado com a restante banha, as cebolas cortadas ás rodelas, os dentes de alho cortados, o louro e a pimenta em grão.
Introduz-se a carne bem loirinha no refogado, assim como os restantes temperos e a água necessária para o ensopado, que pode ser acrescentada quando se julgar necessário.
Na altura de servir, tem-se o pão cortado em fatias numa terrina, sobre a qual se deita o caldo do ensopado depois dos temperos rectificados.
A carne serve-se à parte numa travessa mas ao mesmo tempo.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Paço Ducal de Vila Viçosa


Fachada do Paço Ducal de Vila Viçosa (Paço dos Duques de Bragança) e vista parcial do Terreiro do Paço.

Autor David Freitas
Data Fotografia 1950 -
Legenda Paço Ducal de Vila Viçosa
Cota DFT7553 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

domingo, 31 de março de 2013

Claustro do Cv. de St. António da Piedade, Redondo


Claustro do Convento de Santo António da Piedade (Cemitério Público), no Redondo. Esta imagem está publicada no Inventário Artístico de Portugal de Túlio Espanca, Distrito de Évora - Zona Sul, vol.II, Lisboa, Academia Nacional de Belas Artes, 1978, est. 307.

Autor David Freitas
Data Fotografia 1978 dep. -
Legenda Claustro do Cv. de St. António da Piedade, Redondo
Cota DFT932 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

quarta-feira, 27 de março de 2013

Personalidades Alentejanas - DURO, José António


(n. Portalegre a 22 Outubro 1875; m. Lisboa a 18 Janeiro 1899)

Poeta. Sendo aluno da Escola Politécnica de Lisboa, começou a frequentar os cafés e rodas literárias em que se discutia Vítor Hugo, Baudelaire, Antero, Junqueiro, Cesário Verde e os jovens simbolistas de Coimbra, principalmente António Nobre. Aí deu largas à sua precocidade melancólica, servida por uma sensibilidade aguda e mórbida, nutrida por leituras anárquicas e sombrias.

Os seus versos mais antigos foram escritos em Portalegre, uns dias depois do seu vigésimo aniversário (1895), e intitularam-se A Morte. É um soneto de molde anteriano, cheio de desesperos insanáveis, expressos num diálogo tétrico. Em 1896 publicou um folheto de versos numa tipografia da sua terra: Flores. Mas as suas composições mais significativas estão no livro Fel, editado em 1898, quando o poeta, tuberculoso, já se sentia perdido.

Esses poemas reflectem várias influências unificadas pelos temas de Baudelaire, postos em moda em Portugal por Guilherme de Azevedo e Gomes Leal: a prostituição, o tédio, o corvo fatídico de Poe, o coveiro e os vermes da cova, a tuberculose, a desesperança. A sinceridade de José Duro, pobre e doente, com uma mocidade gasta entre a Politécnica, o café Gelo e a gare de Portalegre, supre o que falta à sua poesia em verdadeira originalidade e consistência. «Livro de um incoerente», como ele lhe chama, o Fel é a simpática mensagem duma vida ceifada, que se traduz numa versificação cheia de reminiscências alheias, mas natural e animada.




In Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. Lisboa; Rio de Janeiro: Editorial Enciclopédia Lda., [195-]. Vol. IX, p. 367.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Gastronomia Tradicional Alentejana - Carne de Porco à Alentejana 2




500 g carne de porco
1 c. sopa colorau
2 cebolas
2 dentes de alho
4 tomates
2 c. sopa banha
1 kg amêijoa
salsa
q.b. sal
q.b. Pimenta
2 dl vinho branco
1 folha de louro
2 cravinhos (cravo-da-índia)
2 dentes de alho


Corte a carne em bocados pequenos.
Junte a massa de pimentão ou o colorau desfeito em água, o vinho branco, o louro, os cravinhos, os dentes de alho picados, sal e pimenta. Mexa e deixe marinar de um dia para o outro.
No dia seguinte corte em rodelas as cebolas, os dentes de alho e o tomate sem pele e sem grainhas, e leve tudo ao lume com uma colher de sopa de banha.
Deixe refogar até que o tomate e as cebolas estejam cozidos.
Junte depois as amêijoas, previamente lavadas em várias águas.
Logo que as amêijoas abram, tempere com sal e pimenta e deixe ferver mais 1 minuto. Retire do lume.
Noutro recipiente frite a carne escorrida com a restante banha bem quente.
Adicione 2 colheres de sopa do líquido da marinada e deixe ferver durante mais uns 15 minutos.
Junte as amêijoas e sirva a carne com batatas cozidas ou fritas. Polvilhe tudo com salsa picada.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Convento de Santo António em Montemor-o-Novo


Autor David Freitas
Data Fotografia 1971 -
Legenda Convento de Santo António em Montemor-o-Novo
Cota DFT523 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

domingo, 17 de março de 2013

Personalidades Alentejanas - DUBRAZ, João Francisco


(n. Campo Maior a 20 Janeiro 1818)

Professor de latim e francês. Dedicou-se ao comércio, que depois trocou pelo professorado. Foi também advogado provisional.

Escreveu: Achmet (Lisboa, 1852); Recordações dos últimos quarenta anos, esboços humorísticos, descrições, narrativas históricas, e memórias contemporâneas (Lisboa, 1868) (2.º edição em 1869); A Republica e a Ibéria (Lisboa, 1869); Cinco finados ilustres (autopsias e comemorações) (Lisboa, 1869); O aventureiro francês (Lisboa, 1869). Colaborou também em vários jornais.



In Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. Lisboa; Rio de Janeiro: Editorial Enciclopédia Lda., [195-]. Vol. IX, p. 327.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Gastronomia Tradicional Alentejana - Carne de Porco à Alentejana





1Kg de carne de porco cortada aos cubos
1Kg de berbigão ou de amêijoas
4 Alhos
3 Folhas de louro
0,5 dl de óleo
0,5 dl de azeite
Massa de pimentão q.b.
Coentros picados q.b.
Sal grosso q.b.
Pimenta q.b.
0,5l de vinho branco
Óleo para fritar
Batatas para fritar cortadas aos cubos


Comece por colocar sal e água no berbigão e deixe 2 horas de molho para perder a areia.
Coloque a carne numa tigela.
Esmague os alhos e junte-os à carne, junte as folhas de louro, 2 colheres de massa de pimentão, sal e pimenta, mexa tudo e regue com o vinho branco. Deixe de molho 2 horas para tomar gosto.
Coloque as batatas a fritar.
Num tacho leve a aquecer o azeite e o óleo.
Escorra a carne e coloque no tacho, deixe fritar 5 minutos.
Junte o marinado e deixer cozinhar mais 5 minutos.
Junte o berbigão e deixe cozinhar 5 minutos, para o berbigão abrir.
Junte os coentros picados e apague o lume.
Numa travessa, coloque as batatas e tempere-as com sal.
Espalhe a carne por cima e regue com o molho, sirva decorado com gomos de limão e pickles.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Igreja da Venerável Ordem Terceira de S. Francisco


Capela-mor da Igreja da Venerável Ordem Terceira de São Francisco, em Mourão. Esta imagem está publicada no Inventário Artístico de Portugal de Túlio Espanca (Distrito de Évora, Zona Sul, Volume II)

Autor David Freitas
Data Fotografia 1978 ant. -
Legenda Ig. da Venerável Ordem Terceira de S. Francisco
Cota DFT4641 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

quinta-feira, 7 de março de 2013

Personalidades Alentejanas - DELGADO, Joaquim Filipe Nery da Encarnação


Em 1844 entrou para o Colégio Militar e continuando os seus estudos na Escola Politécnica. Graduou-se no posto de sub-tenente de engenharia.

Em 1856 passou a trabalhar no Ministério das Obras Públicas onde pertenceu à comissão encarregue de estudar as medidas a tomar, contra as inundações do Mondego. Entrou para a "Comissão Geológica" como adjunto de Carlos Ribeiro, em 1857, tendo assumido a direcção deste organismo de 1882 a 1908.

Deixou uma obra científica notável, em que a sua actividade incidiu sobretudo no estudo dos terrenos paleozóicos e ante-paleozóicos de Portugal, sobre os quais publicou importantes trabalhos que ainda hoje, volvidos mais de 100 anos da sua edição, continuam a ser de leitura obrigatória. Ocupou-se, além disso, de problemas de geologia aplicada e de estudos de pré-história. Em 1867 foi publicado o seu primeiro estudo Da existencia do homem no nosso solo em tempos mui remotos provada pelo estudo das cavernas. Noticia ácerca das grutas de Cesaréda.

Exerceu os mais altos cargos públicos, tendo-lhe sido confiados numerosos cargos honoríficos, como a sua nomeação ao Conselho dos Monumentos Nacionais. Representou Portugal no Congresso Internacional de Paris (pré-história) e nos Congressos Geológicos de Bolonha, Londres e Zurique. Foi homenageado com a grande cruz da Ordem Militar de S. Bento d'Aviz, comendador da Ordem de D. Isabel a Católica, oficial da Ordem da Legião de Honra, oficial da Ordem da Coroa de Itália e com medalhas em todas as exposições internacionais nas quais o Serviço Geológico estivesse presente. Foi membro correspondente na Academia das Ciências de Lisboa em 1875 e passou a membro efectivo em 1884. Foi vice-presidente da aula das ciências matemáticas, físicas e naturais e presidente da comissão da redacção do jornal dessa aula.

Foi sócio de várias associações científicas portuguesas, de entre as quais se destaca a Associação dos Engenheiros Civis, o Instituto de Coimbra, a Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais e a Sociedade de Geografia de Lisboa, da qual foi vice-presidente, sendo também presidente da secção de geologia. Das associações estrangueiras destacou-se como membro correspondente do Instituto Geológico de Viena, sócio da Sociedade Académica franco-hispano-portuguesa de Toulouse, da Sociedade das Ciências Naturais de Toulouse, da Sociedade Antropológica de Berlim, das Academias de Ciências de Madrid e Barcelona, da Sociedade Geológica de França, da Sociedade Geológica Italiana, da Sociedade dos Antiquários de Londres, da Sociedade Geológica de Londres e da Sociedade Geológica da Bélgica.

Casou em 1860 com D. Maria Ricardina Augusta da Fonseca, da qual teve 3 filhas que muitas vezes o ajudaram nos seus trabalhos. Reformou-se da carreira militar com o posto de General de divisão em 1899.

Faleceu com 73 anos e foi sepultado em Lisboa no cemitério dos Prazeres.





e-GEo - Sistema Nacional de Informação Geocientífica. Biografia de Joaquim Filipe Nery da Encarnação Delgado (1835-1908). [Online] URL: http://e-geo.ineti.pt/geociencias/edicoes_online/biografias/nery_delgado.htm. Acedido a 30 de Outubro de 2007.

terça-feira, 5 de março de 2013

Gastronomia Tradicional Alentejana - Peru Recheado à Moda do Alentejo


Ingredientes:
1 perú com cerca de 3,5 kg
1 laranja
1 limão
1 colher de sopa de banha
150 g de linguiça ou chouriço
1 colher de sopa de colorau
sal e pimenta q.b.

Para o recheio do papo (peito):
250 g de carne de porco
250 g de carne de vaca
1 cebola
100 g de toucinho entremeado
120 g de chouriço de carne
50 g de azeitonas pretas
1 colher de sopa de salsa picada
miolo de 1 pão
2 colheres de sopa de manteiga
raspas de limão
sal e pimenta q.b.

Recheio para o corpo (barriga):
4 batatas
2 colheres de sopa de manteiga
2 gemas
1 cebola média
50 g de azeitonas pretas
1 colher de sopa de salsa picada
miudos de perú
sal, pimenta e noz-moscada q.b.

Preparação:
De véspera, ponha o perú de molho com água, sal, rodelas de limão e laranja.

Para fazer o recheio do papo, pique a carne de vaca, a de porco e o chouriço. Junte o pão amolecido em água, as azeitonas picadas, a salsa picada e a cebola picada. Puxe (refogue) em manteiga e tempere com sal, pimenta e raspas de limão.

Para o recheio do corpo, comece por cozer as batatas com a pele. Pele as batatas e passe-as pelo passe-vite. Junte uma colher de manteiga e as gemas. Faça um puxado (refogado) com manteiga e cebola picada. Junte os miúdos picados e envolva a batata. Junte a salsa picada, as azeitonas picadas e tempere com sal, pimenta e noz-moscada.

Depois de prontos os recheios, recheie o perú e cosa ambas as aberturas com linha grossa. Barre o perú com uma papa feita com manteiga, toucinho, chouriço ou linguiça, colorau, sal e pimenta. Leve a assar em forno médio. Regue por diversas vezes com vinho branco e quando tiver molho suficiente, regue com o próprio molho do assado. Assim que o perú esteja dourado, retire-o do forno para constipar. Introduzir novamente no forno para acabar de cozinhar. Sirva com salada verde.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Igreja da Santa Casa da Misericórdia do Alandroal


Nave da Igreja da Santa Casa da Misericórdia do Alandroal. Esta imagem está publicada no Inventário Artístico de Portugal de Túlio Espanca (Distrito de Évora, Zona Sul, Volume II).

Autor David Freitas
Data Fotografia 1978 ant. -
Legenda Igreja da Santa Casa da Misericórdia do Alandroal
Cota DFT952 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME