Páginas

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Gastronomia Tradicional Alentejana - Túberas com Ovos

Ingredientes:
1 kg de túberas
ovos
1 ramo de salsa
1 cebola pequena
sal
azeite e óleo para fritar

Preparação:
Lavar muito bem as túberas e pelá-las. Lavar uma segunda vez para retirar toda a terra. Cortar às rodelas e temperá-las com sal. Numa frigideira, deitar o azeite e o óleo, deixar aquecer e fritar as túberas sucessivamente. À parte, num prato, partir os ovos, picar a cebola e a salsa finamente, e bater tudo junto com uma pitada de sal. Colocar novamente as túberas na frigideira e deitar por cima os ovos.
Serve como acompanhante ou petisco.

domingo, 13 de outubro de 2013

Personalidades Alentejanas - PICÃO, José da Silva

(n. Santa Eulália - Elvas - a 10 Março 1859; m. 18 Maio 1922)

Lavrador e escritor. Filho de D. Maria Francisca da Silva Lobão Telo e de Francisco de Assis Picão. Foi um autodidacta, pois desde cedo adquiriu hábitos inveterados de leitura. Dedicou-se ao estudo dos tratados agrícolas e pecuários e nas horas de descanso devorava os livros de Vítor Hugo, Camilo Castelo Branco, Balzac, Eça de Queiroz e Zola.

Foi um espírito arguto e esclarecido. Fruto do meio em que nasceu e sem preparação literária erudita, escreveu sobre a sua terra e a sua gente. Colaborou no periódico O Elvense, com o pseudónimo de João Chaparro e publicou alguns artigos na Portugália, revista de Ricardo Sereno, subordinados ao título “Etnografia do Alto Alentejo (concelho de Elvas)”. Em 1903 editou a obra Através dos Campos - Usos e costumes agrícolo-alentejanos (concelho de Elvas) a expensas do bibliófilo António José Torres de Carvalho.

Outro trabalho de Silva Picão foi A caminho da Cegonha. Aqui descreveu a odisseia de uma aldeia alentejana (Santa Eulália) condenada ao martírio periódico da falta de água, que dificilmente se adquiria em poços ou em escassos mananciais, de onde era tirada por meio de um chocalho. Esta é uma pequena obra-prima da literatura regional, pelo valor do estilo, acerto no emprego do vocabulário e rigor descritivo. Foi pela primeira vez publicada num pequeno opúsculo intitulado O Elvense de 1894. Em 1940 publicou-se uma nova edição desta novela regionalista.





In PICÃO, José da Silva - Através dos Campos: Usos e costumes agrícolo-alentejanos (concelho de Elvas). 2.ª Ed. Lisboa: Editora Guimarães, 1937. pp. XIII-XVIII.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Castelo de Vila Viçosa


Castelo de Vila Viçosa: caminho de ronda, torres circulares e Torre de Menagem (?). Esta imagem está publicada no Inventário Artístico de Portugal de Túlio Espanca (Distrito de Évora, Zona Sul, Volume II)

Autor David Freitas
Data Fotografia 1950 - 1978 ant.
Legenda Castelo de Vila Viçosa
Cota DFT6157 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Anedotas de Alentejanos

Um Alentejano vai à praia pra se bronzear. Deita-se na areia, adormece e quando acorda vê um preto ao lado dele a apanhar sol.
- Ó cumpadre, há quanto tempo é que está cá?
- Dois dias.
- Porra e eu que era pra ficar quinze dias.





Estavam dois Alentejanos e um galego. Um dos alentejanos diz assim:
- O pensamento é a coisa mais rápida do mundo, basta uma pessoa pensar e já está.
Vai outro e diz assim:
- Não, a coisa mais rápida do mundo é a electricidade. Basta uma pessoa ligar o interruptor e acende-se logo a luz.
Vai o galego e diz:
- Não senhora, estão todos enganados. A coisa mais rápida do mundo é a caganeira. Veja lá que eu esta noite não tive tempo para pensar nem tão pouco para acender a luz e caguei-me todo.

Anedotas sobre Alentejanos

Um Alentejano de Serpa andava a aprender Inglês num curso de adultos, a professora passou-lhe um trabalho para casa sobre as cores, o que o Alentejano evidentemente não fez. No dia seguinte, a professora pergunta pelo trabalho, vai o Alentejano e diz:
- Ontem quando cheguei a casa, ouvi o telefone GREEN!!!, atendi e disse YELLOW!!!, ouvi do outro lado: “- Vai à bardamerda” . - E eu PINK!!!





Estavam dois alentejanos debaixo de uma azinheira. Um deles trazia um porco ao colo e andava a dar-lhe bolota. Passam dois senhores e veêm aquele quadro e dizem para o Alentejano:
- Então não era melhor derrubar a bolota e o porco comia no chão?
Nisto vira-se o Alentejano para o outro e diz-lhe:
- Ó compadre devem ser engenheiros!!!





No Alentejo andava um rebanho junto à linha férrea. Aparece um comboio e mata quatro ovelhas. O patrão manda chamar o pastor e pergunta-lhe como tinha sido. Resposta do pastor:
- O patrão e tivemos muita sorte, porque se o comboio viesse atravessado matava-as todas.





Por que é que mandaram 10000 Alentejanos para o GOLFO quando houve conflitos?
Foi para acalmarem a situação.





E depois há aquela história do alentejano que vivia com um problema existencial.
O pobre do homem vivia sem conseguir distinguir os 2 cavalos perfeitamente iguais que tinha no quintal. Felizmente, um dia, descobriu que o cavalo branco era dois palmos mais alto que o preto.





Um grupo de amigos está a contar anedotas. Um deles anuncia:
- Pessoal, tenho umas anedotas fresquinhas sobre Alentejanos !
Responde uma das pessoas do grupo:
- Antes de continuares, aviso-te, eu sou Alentejano !
E o outro responde:
- OK, esta bem, eu conto-as devagar...

sábado, 5 de outubro de 2013

Gastronomia Tradicional Alentejana - Chispe Afiambrado à Alentejana

Ingredientes:
1 chispe de porco com mais ou menos 1 kg
1 ramo de manjerona
1 ramo de salsa
1 folha de louro
1 cebola
1 colher (sopa) de vinagre
1 ovo
Vinho branco e água ( partes iguais)
6 grãos de pimenta
2 cravos-da-Índia
Pão ralado
Sal

Preparação:
Mete-se o chispe numa panela cobrindo-o com metade de água e vinho. Junta-se o louro, os cravos, a pimenta, a cebola às rodelas, a salsa, a manjerona, o vinagre e o sal, deixando-se cozer. Depois de frio, tira-se a pele dura, passa-se pelo ovo batido e envolve-se no pão ralado. Leva-se ao forno para tostar. Servir cortado às fatias fininhas com acompanhamento a gosto.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Personalidades Alentejanas - PEREIRA, Gabriel Victor do Monte

(n. Évora em 1847; m. Lisboa em 1911)

Nasceu na antiga Rua da Ladeira, filho dum professor do ensino secundário. Fez em Évora todo o ensino primário e secundário, indo para Lisboa fazer os estudos preparatórios para entrar na Escola Naval, que veio a abandonar a instâncias da família. Matriculou-se depois na Escola Politécnica, mas não terminou o curso. Estudou Paleografia na Torre do Tombo, frequentando as aulas do Dr. João Pedro da Costa Branco.

Relacionando-se com vários estudantes que viriam a ser figuras destacadas do meio artístico e político português do fim-de-século XIX, destacando-se Brito Aranha, Mariano Cordeiro Freio, Gomes de Brito, António Enes e Rafael Bordalo Pinheiro. Num ambiente de tertúlia literária e artística, formou com estes jovens uma «Academia», que se reunia na Praça da Alegria em Lisboa, no estúdio de Rafael Bordalo Pinheiro.

Professor do Liceu de Setúbal, dedicou-se ao estudo da História e Arqueologia. Regressado a Évora com o encerramento do Liceu de Setúbal, é proposto pelo Dr. Augusto Filipe Simões e aceite como amanuense da secretaria da Santa Casa da Misericórdia de Évora (1872), tendo a seu cargo a organização e conservação do arquivo histórico desta instituição, num trabalho que lhe levou catorze anos.

Entregou-se à publicação de trabalhos que lhe possibilitaram a familiaridade com eruditos de vários países. Traduziu os escritores gregos e romanos clássicos que tratam da geografia da Península Ibérica, como Estrabão e Plínio. Em 1880, a Universidade de Coimbra confia-lhe a elaboração do índice provisório dos documentos do seu cartório, publicados sob o título Catálogo Provisório dos Pergaminhos da Universidade de Coimbra (1888). Entretanto, o seu trabalho na Santa Casa da Misericórdia de Évora foi de tal monta que, ao averiguar do paradeiro da documentação de bens considerados perdidos, conseguiu duplicar os rendimentos da instituição. A estes trabalhos seguiram-se a publicação dos Estudos Eborenses: História, Arte, Arqueologia num total de 37 folhetos em dois volumes (1886-1916).

Vereador da Câmara Municipal de Évora (Pelouro da Instrução) em 1886-1987, veio a ser convidado pelo seu antigo companheiro de juventude, António Enes, como «empregado extraordinário» da Biblioteca Nacional de Lisboa (1888), nomeado Inspector das Bibliotecas em 1902 e Inspector das Bibliotecas e Arquivos Nacionais, posteriormente. Foi membro da Real Associação dos Arquitectos e Arqueólogos Portugueses, da Sociedade de Geografia e da Sociedade Literária Almeida Garrett.

Em 1919, uma lápide comemorativa foi colocada na casa onde viveu, e na antiga Rua da Ladeira (freguesia de Santo Antão), a placa toponímica passou a ter o seu nome. Em 1950, os seus restos mortais foram trasladados do cemitério do Alto de S. João (Lisboa), para o Cemitério dos Remédios em Évora, no talhão especialmente destinado aos homens mais ilustres da cidade.





In SILVA, Joaquim Palminha - Dicionário Biográfico de Notáveis Eborenses 1900/2000. Évora: Tip. Diário do Sul, 2004. pp. 103-104.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Retábulo da Ermida de São Pedro


Retábulo de pintura portuguesa (c. 1560) da Ermida de São Pedro, em Montemor-o-Novo. Esta imagem está publicada no Inventário Artístico de Portugal de Túlio Espanca (Distrito de Évora, Zona Norte, Volume II)

Autor David Freitas
Data Fotografia 1975 ant. -
Legenda Retábulo da Ermida de São Pedro
Cota DFT4503 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Anedotas Alentejanas

Uma comadre estava zangada com o seu marido, ao discutirem às tantas ela diz para ele, Ò homem tu ainda te atreves a olhar para mim?
Diz-lhe ele num tom conciliador: 
Que queres ó mulher chega a uma altura que a gente acaba por se acostumar a tudo!




Um alentejano vai no comboio regional e dá-lhe uma grande "caganera". Vai para o WC mas está fechado... decide aliviar-se no corredor...
Entretanto chega o revisor e diz:
- "Sinto muito, mas vai ter de me acompanhar, e vou ter de dar parte ao chefe"
Ao que o alentejano responde:
- "Concerteza, e por mim até a pode dar toda..."

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Gastronomia Tradicional Alentejana - Canja de Garoupa

Ingredientes:
2 postas de garoupa (500g aprox.)
1cebola media cortada as rodelas
3 dentes de alho pisados
100g de arroz carolino
1 molho de espinafres
2 dl de azeite
150g de camarão descascado
150g de miolo de ameijoa

Preparação:
Começa-se por cozer o peixe com o azeite,a cebola e o alho.Retirando-o assim que estiver cozido. No caldo resultante,adicione o arroz,o camarão e o miolo das ameijoas.Limpe o peixe de pele e espinhas e junte ao arroz quando este acabar de cozer.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Personalidades Alentejanas - PAPANÇA, António Macedo (Conde de Monsaraz)

(n. Reguengos a 20 Julho 1852; m. Lisboa a 17 Julho 1913)

Filho de Joaquim Romão Mendes Papança. Bacharel formado em direito pela Universidade de Coimbra, recebendo o diploma em 1876, e depois agraciado com o título de Conde de Monsaraz. Foi Par do Reino; sócio da Academia Real das Ciências de Lisboa, do Instituto de Coimbra e de outras corporações literárias. Colaborou com poesias em diversas publicações periódicas.

De entre as várias obras poéticas, destacam-se Crepusculares (Coimbra, 1876); Catharina de Athayde (1880); Telas históricas (1882).





In Dicionário Bibliográfico Português. Estudos de Innocencio Francisco da Silva applicaveis a Portugal e ao Brasil. Continuados e ampliados por P. V. Brito Aranha. Revistos por Gomes de Brito e Álvaro Neves [CD-ROM]. Lisboa, Imprensa Nacional, 1858-1923. Vol. XX, p. 249.

sábado, 21 de setembro de 2013

Coro e órgão da Igreja de N. Sª Consolação


Coro e órgão da Igreja do Convento de Nossa Senhora da Consolação, em Estremoz. Esta imagem foi publicada no Inventário Artístico de Portugal, de Túlio Espanca (Inventário Artístico de Portugal, Distrito de Évora - Zona Norte, vol.II, Lisboa, Academia Nacional de Belas Artes, 1975, est. 206).


Autor David Freitas
Data Fotografia 1975 ant. -
Legenda Coro e órgão da Igreja de N. Sª Consolação
Cota DFT4545 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

terça-feira, 17 de setembro de 2013

A Lenda da Costureirinha

Entre as crenças que algum dia existiram no Baixo Alentejo, a da costureirinha era uma das mais conhecidas. Não é difícil, ainda hoje, encontrar pessoas de alguma idade, e não tanta como isso... que ouviram a costureirinha. 
O que se ouvia, então? Segundo diversos testemunhos, ouvia-se distintamente o som de uma máquina de costura, das antigas, de pedal, assim como o cortar de uma linha e até mesmo, segundo alguns relatos, o som de uma tesoura a ser pousada. Um trabalho de costura, portanto. 
O som trepidante da máquina podia provir de qualquer parte da casa: cozinha, quarto de dormir, a casa de fora, e até mesmo de alpendres. De tal modo era familiar a sua presença nos lares alentejanos que não infundia medo. Era a costureirinha. 
Mas quem era ela? Afirma a tradição que se tratava de uma costureira que, em vida, costumava trabalhar ao domingo, não respeitando, portanto, o dia sagrado. É esta a versão mais conhecida no Alentejo. Outra versão afirma que a costureirinha não cumprira uma promessa feita a S. Francisco. Esta última versão aparece referenciada num exemplar do Diário de Notícias do ano 1914 em notícia oriunda de aldeias do Ribatejo. Pelo não cumprimento dos seus deveres religiosos, a costureirinha fora condenada, após a morte, a errar pelo mundo dos vivos durante algum tempo, para se redimir. 
No fundo, a costureirinha é uma alma penada que expia os seus pecados, de acordo com a crença que os pecados do mundo, o desrespeito pelas coisas sagradas e, nomeadamente, o não cumprimento de promessas feitas a Deus ou aos Santos podiam levar à errância, depois da morte.
Já não se houve, agora, a costureirinha? Terminou já o seu fado, expiou o castigo e descansa em paz? A urbanização moderna, a luz eléctrica, os serões da TV, afastaram-na do nosso convívio. Desapareceu, naturalmente, com a transformação de uma sociedade rural arcaica, que tinha os seus medo, os seus mitos, as suas crenças e o seu modo de ser e de estar na vida.

domingo, 15 de setembro de 2013

Gastronomia Tradicional Alentejana - Entrecosto no Forno com Pimentos

Ingredientes:
2 kg de entrecosto
1 cabeça de alhos
1 pimento vermelho
1 pimento verde
1 colher de sopa de massa de pimentão
2 folhas de louro
sal q.b.
piripiri q.b.
pimenta preta moída na altura q.b.
1,5 dl de azeite
1 dl de vinagre


Preparação:
Ponha o entrecosto numa assadeira de barro e junte-lhe os pimentos cortados em tiras, a cabeça de alho inteira, o piripiri, o louro e o pimentão.
Deixe a tomar gosto de um dia para o outro.
No dia, tempere com um pouco de sal e pimenta.
Core-o em lume brando no azeite e acrescente o tempero do dia anterior.
Transfira novamente para a assadeira e leve ao forno a (200ºC) cerca de 40 minutos, regando com o vinagre.
Sirva com batatas salteadas e esparregado.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Rua de Monsaraz


Rua de Monsaraz, com torre do Castelo ao fundo.

Autor David Freitas
Data Fotografia 1950 - 1970
Legenda Rua de Monsaraz
Cota DFT1024 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

Personalidades Alentejanas - Garcia d'ORTA

(n. Castelo de Vide em 1501; m. Goa em 1568)

Os pais eram judeus (Fernando (Isaac) da Orta e de Leonor Gomes) e foram expulsos de Espanha em 1492. Estudou nas Universidades de Salamanca e Alcalá de Henares, diplomando-se em Artes, Filosofia natural e Medicina, por volta de 1523. Regressou a Castelo de Vide, onde exerceu medicina. Em 1525 instalou-se em Lisboa, e tornou-se médico de D. João III. Foi neste ambiente que conheceu o matemático Pedro Nunes. Em 1530 tornou-se professor da cadeira de Filosofia Natural nos Estudos Gerais em Lisboa.

Partiu para a Índia Portuguesa em 1534 como médico pessoal de Martim Afonso de Sousa, que foi para o Oriente como capitão-mor do mar da Índia entre 1534 e 1538 e governador de 1542 a 1545. Depois de acompanhar o seu patrono durante os quatro anos em que este granjeou grande prestígio em várias campanhas militares na Índia, Orta estabeleceu-se como médico em Goa, onde adquiriu grande reputação. Aí travou amizade com Luis de Camões. Graças ao seu serviço e amizade com o Vice-Rei, foi lhe doado o foro da cidade de Bombaim.

Em 1543 casou com uma rica herdeira: Brianda de Solis. Porém, desentenderam-se pouco tempo depois. Foi médico de vários governadores e do Sultão de Ahmadnagar, exercendo igualmente o comércio e outras actividades lucrativas. Apesar de nunca ter visitado a região do Golfo Pérsico ou de ter viajado para oriente de Ceilão, Orta contactou em Goa com comerciantes e viajantes de todas as nacionalidades e religiões.

Apesar de em vida, Garcia de Orta nunca ter tido directamente problemas com a Inquisição, logo após a morte esta iniciou uma feroz perseguição à sua família. A sua irmã, Catarina, foi condenada por Judaismo e queimada viva num Auto-de-Fé em Goa, em 1568. Esta perseguição culminou em 1580 com a exumação da Sé de Goa dos restos mortais do próprio médico e a sua condenação à fogueira por judaísmo.

Contrariamente à atitude dominante entre os médicos portugueses dos séculos XVI a XVIII, que consideravam o estudo da medicina como um tema menor, dirigindo os seus dotes literários para as observações clínicas, Garcia de Orta interessou-se prioritariamente pelo estudo das propriedades das drogas e medicamentos. O que perpetuou o seu nome foi o livro Colóquio dos simples e drogas e coisas medicinais da Índia (Goa, 1563). Para além do seu valor científico, esta obra inclui a primeira poesia impressa da autoria de Luís de Camões. Escrito em português, e não em latim como era então a regra na literatura, o livro de Garcia de Orta só se tornou conhecido na Europa através da versão latina editada pelo médico e botânico Charles de l'Escluse ou Clusius (1525-1609), nome latino pelo qual é mais conhecido. Este publicou em 1567 a edição latina resumida e anotada intitulada Aromatum et Simplicium aliquot medicamentorum apud Indios nascentium historia. Além desta versão, os Colóquios circularam ainda em castelhano através do livro Tractado de las drogas y medicinas de las Indias Orientales (1578) do médico português Cristóvão da Costa (ca. 1525-1593).





Wikipédia, a enciclopédia livre. Garcia de Orta. [Online] URL: http://pt.wikipedia.org/wiki/Garcia_da_Orta. Acedido a 31 de Outubro de 2007.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Sala Capitular do Cv. S. Francisco


Aspecto parcial da Sala Capitular do Convento de São Francisco, em Montemor-o-Novo. Esta imagem foi publicada no Inventário Artístico de Portugal, de Túlio Espanca (Espanca, Túlio, Inventário Artístico de Portugal, Volume VIII, Distrito de Évora - Zona Norte, Lisboa, Academia Nacional de Belas Artes, 1975, est.56).

Autor David Freitas
Data Fotografia 1975 ant. -
Legenda Sala Capitular do Cv. S. Francisco
Cota DFT522 - Propriedade Arquivo Fotográfico da CME