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sexta-feira, 3 de outubro de 2014

O último abegão em Serpa

É uma maravilha ver a precisão de movimentos com que molda o azinho, apesar dos seus 88 anos, não utiliza novas tecnologias que poderiam facilitar o seu trabalho, tudo aqui é artesanal, como se o tempo 

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

O poço sem fundo do castelo de Marvão

Existiu um poço na praça principal do castelo de Marvão, junto à torre de menagem. Tinha uma escada circular. As pessoas ao descerem as escadas, por serem tão íngremes, sentiam tonturas e caíam no fundo que estava cheio de água. 
Nessa água habitavam monstros que, naturalmente, comiam as pessoas. Dizem os habitantes que em certas noites se ouviam os gritos das almas dos que lá morreram.
Atribuem aos cristãos a construção da cisterna que tem uma ligação ao chamado “poço sem fundo”. […]
O túnel que liga o poço à cisterna, mais ou menos a meio, tem uma sala escavada na rocha, que contém bancos também escavados. Por cima dos bancos, há uma espécie de nichos. As pessoas chamavam-lhe a sala de conferência dos deuses. Os deuses reunir-se-iam aí nas alturas do combate para decidirem a sorte dos atacantes e dos atacados.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Lenda do Porto da Espada (Marvão)

[D]iz a lenda que, em tempos idos, se travou [no Porto da Espada] batalha entre Mouros e Cristãos. Tendo os últimos chegado ao sítio do Porto, disseram:
- “Aqui se puxa da espada”.
Há ainda outra versão:
- “Desde o Porto da arrancada, até ao desembainhar da espada”.


Se tu visses o que eu vi,
Fugias como eu fugi.
Desde o Porto da arrancada
Até ao puxar da espada
Cem homens mortos eu vi.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

A Lenda do Mártir Santo (Fortios)

Diz a lenda que, no ano 700, a capela do Mártir Santo era o sítio onde as pessoas rezavam ao seu santo.
Nessa altura, os reis queriam destruir todas as igrejas.
Um dia, um rei mouro mandou destruir a capela.
As pessoas juntaram-se, na capela, onde rezavam para que nada acontecesse e pedindo um milagre ao seu Santo.
Quando os cavaleiros, que vinham destruir, iam a subir a rua (muito inclinada) aconteceu um milagre: os cavalos não a conseguiram subir, escorregaram e ajoelharam-se, não conseguindo chegar até ao largo.
Assim, a capela passou a chamar-se "Capela do Mártir Santo" e o largo onde se situa também tem o mesmo nome.


Diz-se que, em tempos remotos, os inimigos atacaram este povo, e com cavalos, tentaram subir as rochas.
Um homem gritou:
- “Valha-me o Mártir Santo!”…
Os cavalos imediatamente dobraram as patas e não conseguiram subir mais.
Em louvor deste milagre, fizeram a Igreja de S. Sebastião, que ficou sendo o Padroeiro da Freguesia.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

O castelo das Carreiras (Portalegre)

Carreiras teve castelo,
Já foi grande e amuralhada,
Onde moravam as lindas mouras
Nos lindos tempos passados.


O castelo era no sítio que tem esse nome, no cimo do povo. Está muito diferente de quando eu era gaiata, escavaram o terreno quando fizeram a fonte [em 1948]. 
Onde era a quadra das bestas do professor Casa Nova antes havia uma casa quadrada por dentro e redonda por fora, que tinha a porta por fora ao nível do primeiro andar e lá dentro descia-se por umas escadas estreitinhas. O Casa Nova derrubou tudo quando fez a casa.
No outro lado da rua, por detrás de uma casa, está lá um terraço a que se sobe por uma escada estreita. Era o assento de uma torre. A gente ia p’ra lá brincar em gaiatas, porque a escola feminina era ao lado, e achávamos graça a um nicho que lá está que parece o duma ermida, feito com umas pedras. 
Dizem que lá morava o capitão da freguesia.
Ali perto havia duas ogivazinhas, a porta de uma casinha que está ao pé da casa mortuária e outra nas traseiras da casa que comprou o Mateus da Catrina.




domingo, 24 de agosto de 2014

Lenda do ataque dos mouros a Marvão

Há muito tempo os mouros atacaram o castelo de Marvão e, ao subirem a encosta sul, ao chegarem a meio acamparam para fazerem um culto a Alá e ergueram ali uma espécie de ermida.
Nessa mesquita eram sacrificados os cristãos e eram depositadas as armas que lhes eram apanhadas em combate.
No local foi encontrado um crânio, atravessado com um prego. Dizem as pessoas que esse crânio pertencia ao senhor do castelo de Marvão, que aí sofrera um terrível martírio.
Quem encontrar as armas do senhor do castelo de Marvão terá o perdão de Deus, mas tem que entregá-las ao convento de Nossa Senhora da Estrela.

sábado, 23 de agosto de 2014

Lenda da Senhora da Penha

Reza a lenda da Senhora da Penha que, andando certo dia um pastor a guardar o rebanho, viu um grupo de malfeitores que planeavam roubar-lhe as ovelhas.
Tendo nessa altura invocado Nossa Senhora que apareceu ao pastor montada num burrinho, cujas pegadas ainda hoje podem notar-se no granito, transformou o dia em noite, impedindo assim que se consumasse o roubo.
O povo da Vila, vendo que na serra era de noite e sabendo posteriormente o que tinha acontecido, resolveu edificar uma capela à Senhora da Penha. Escolheu para o local o sítio do Pouso, situado no sopé da serra.
Mas cada vez que as obras eram iniciadas, eram misteriosamente destruídas, chegando o povo de Castelo de vide a montar guarda durante a noite para impedir tal destruição o que não resultou.
Só quando a capela se começou a construir no local da aparição é que foi possível completá-la e assim altaneira, olha a vila.


Reza a lenda da Senhora da Penha que, andando certo dia um pastor a guardar o rebanho, viu um grupo de malfeitores que planeavam roubar-lhe as ovelhas.
Tendo nessa altura invocado Nossa Senhora que apareceu ao pastor montada num burrinho, cujas pegadas ainda hoje podem notar-se no granito, transformou o dia em noite, impedindo assim que se consumasse o roubo.
O povo da Vila, vendo que na serra era de noite e sabendo posteriormente o que tinha acontecido, resolveu edificar uma capela à Senhora da Penha. Escolheu para o local o sítio do Pouso, situado no sopé da serra.
Mas cada vez que as obras eram iniciadas, eram misteriosamente destruídas, chegando o povo de Castelo de Vide a montar guarda durante a noite para impedir tal destruição o que não resultou.
Só quando a capela se começou a construir no local da aparição é que foi possível completá-la e assim altaneira, olha a vila.
Esta igreja remonta ao séc. XVI. Fica situada no cimo da serra de São Paulo, a 1 km para Sudoeste de Castelo de Vide.
Ao subir para a Capela de Nossa Senhora da Penha, existe um assento de pedra, do lado esquerdo da escadaria de acesso, onde toda a gente se vai sentar para dizer uma quadra que os mais velhos cantavam:

“Cadeirinha de Nossa Senhora,
Cadeirinha do meu bem;
Onde se sentou Nossa Senhora
Sento-me eu também”

Conta o povo que quem se sentar na cadeirinha, levantar os pés do chão e pedir três desejos e não os revelar a ninguém, esses desejos seriam concedidos.