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domingo, 5 de outubro de 2014

Lenda do tesouro da igreja de São Domingos (Fortios)

[M]e deixeram alguns velhos daqueles montes que se tem por tradição antiga haver naquele lugar (aquém os mouros chamam S. Domingos da Penha) o maior tesouro junto que há no mundo, porque afirmam estarem dous sinos muito grandes enterrados ao pé de ũa figueira alvar, cheios de ouro amoedado […].

Versão de Fortios (Portalegre), recolhida em finais do século XVI ou princípios do século XVII por Diogo Pereira Sotto Maior (1984) – Tratado da Cidade de Portalegre, (introdução, leitura e notas de Leonel Cardoso Martins), Lisboa, INCM / Câmara Municipal de Portalegre: 42.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

O último abegão em Serpa

É uma maravilha ver a precisão de movimentos com que molda o azinho, apesar dos seus 88 anos, não utiliza novas tecnologias que poderiam facilitar o seu trabalho, tudo aqui é artesanal, como se o tempo 

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

O poço sem fundo do castelo de Marvão

Existiu um poço na praça principal do castelo de Marvão, junto à torre de menagem. Tinha uma escada circular. As pessoas ao descerem as escadas, por serem tão íngremes, sentiam tonturas e caíam no fundo que estava cheio de água. 
Nessa água habitavam monstros que, naturalmente, comiam as pessoas. Dizem os habitantes que em certas noites se ouviam os gritos das almas dos que lá morreram.
Atribuem aos cristãos a construção da cisterna que tem uma ligação ao chamado “poço sem fundo”. […]
O túnel que liga o poço à cisterna, mais ou menos a meio, tem uma sala escavada na rocha, que contém bancos também escavados. Por cima dos bancos, há uma espécie de nichos. As pessoas chamavam-lhe a sala de conferência dos deuses. Os deuses reunir-se-iam aí nas alturas do combate para decidirem a sorte dos atacantes e dos atacados.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Lenda do Porto da Espada (Marvão)

[D]iz a lenda que, em tempos idos, se travou [no Porto da Espada] batalha entre Mouros e Cristãos. Tendo os últimos chegado ao sítio do Porto, disseram:
- “Aqui se puxa da espada”.
Há ainda outra versão:
- “Desde o Porto da arrancada, até ao desembainhar da espada”.


Se tu visses o que eu vi,
Fugias como eu fugi.
Desde o Porto da arrancada
Até ao puxar da espada
Cem homens mortos eu vi.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

A Lenda do Mártir Santo (Fortios)

Diz a lenda que, no ano 700, a capela do Mártir Santo era o sítio onde as pessoas rezavam ao seu santo.
Nessa altura, os reis queriam destruir todas as igrejas.
Um dia, um rei mouro mandou destruir a capela.
As pessoas juntaram-se, na capela, onde rezavam para que nada acontecesse e pedindo um milagre ao seu Santo.
Quando os cavaleiros, que vinham destruir, iam a subir a rua (muito inclinada) aconteceu um milagre: os cavalos não a conseguiram subir, escorregaram e ajoelharam-se, não conseguindo chegar até ao largo.
Assim, a capela passou a chamar-se "Capela do Mártir Santo" e o largo onde se situa também tem o mesmo nome.


Diz-se que, em tempos remotos, os inimigos atacaram este povo, e com cavalos, tentaram subir as rochas.
Um homem gritou:
- “Valha-me o Mártir Santo!”…
Os cavalos imediatamente dobraram as patas e não conseguiram subir mais.
Em louvor deste milagre, fizeram a Igreja de S. Sebastião, que ficou sendo o Padroeiro da Freguesia.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

O castelo das Carreiras (Portalegre)

Carreiras teve castelo,
Já foi grande e amuralhada,
Onde moravam as lindas mouras
Nos lindos tempos passados.


O castelo era no sítio que tem esse nome, no cimo do povo. Está muito diferente de quando eu era gaiata, escavaram o terreno quando fizeram a fonte [em 1948]. 
Onde era a quadra das bestas do professor Casa Nova antes havia uma casa quadrada por dentro e redonda por fora, que tinha a porta por fora ao nível do primeiro andar e lá dentro descia-se por umas escadas estreitinhas. O Casa Nova derrubou tudo quando fez a casa.
No outro lado da rua, por detrás de uma casa, está lá um terraço a que se sobe por uma escada estreita. Era o assento de uma torre. A gente ia p’ra lá brincar em gaiatas, porque a escola feminina era ao lado, e achávamos graça a um nicho que lá está que parece o duma ermida, feito com umas pedras. 
Dizem que lá morava o capitão da freguesia.
Ali perto havia duas ogivazinhas, a porta de uma casinha que está ao pé da casa mortuária e outra nas traseiras da casa que comprou o Mateus da Catrina.




domingo, 24 de agosto de 2014

Lenda do ataque dos mouros a Marvão

Há muito tempo os mouros atacaram o castelo de Marvão e, ao subirem a encosta sul, ao chegarem a meio acamparam para fazerem um culto a Alá e ergueram ali uma espécie de ermida.
Nessa mesquita eram sacrificados os cristãos e eram depositadas as armas que lhes eram apanhadas em combate.
No local foi encontrado um crânio, atravessado com um prego. Dizem as pessoas que esse crânio pertencia ao senhor do castelo de Marvão, que aí sofrera um terrível martírio.
Quem encontrar as armas do senhor do castelo de Marvão terá o perdão de Deus, mas tem que entregá-las ao convento de Nossa Senhora da Estrela.