Páginas

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Beja - Assinatura de contrato de Financiamento para a construção do Parque Fluvial Cinco Reis


A Câmara Municipal de Beja e a Secretaria de Estado do Turismo irão assinar na próxima segunda-feira, dia 21, pelas 10h00, o contrato de financiamento, no âmbito da candidatura apresentada à Linha de Apoio à Valorização Turística do Interior, para a construção do Parque Fluvial Cinco Reis, que irá ser criado na Albufeira com o mesmo nome, a cerca de 4km da cidade de Beja, no centro geográfico do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva.

O projeto é financiado a 90% pela Turismo de Portugal, sendo que o restante valor será suportado entre o Município de Beja e a EDIA, parceira fundamental na conceção do projeto desde o primeiro momento. Também a União de Freguesias de Santiago Maior e São João Baptista tem um papel importante na medida que assegurará a manutenção do espaço, em parceria com o Município de Beja.

O Parque Fluvial Cinco Reis irá potenciar turisticamente o concelho de Beja, uma vez que irá apresentar uma série de atividades junto da Albufeira, desde observação de aves, atividades náuticas não motorizadas, uma praia fluvial com o respetivo apoio de praia, bem como um parque de merendas e um circuito de manutenção, cada um destes devidamente dotado com os equipamentos necessários à fruição ao ar livre com qualidade e à prática desportiva.

Localizado num local de excecional beleza e riqueza patrimonial, o Parque Fluvial Cinco Reis potenciará também a criação de sinergias de visitação cultural e arqueológica que favoreçam a dinamização da importante Villa Romana de Pisões, localizada a menos de 1km, e a promoção de rotas pedonais e cicláveis entre esta Albufeira, a cidade de Beja e as povoações de Penedo Gordo, Beringel e S. Brissos.

O Parque Fluvial de Cinco Reis reforçará a ligação da cidade à sua envolvente, nomeadamente em termos agrícolas, ambientais e culturais, capacitando este novo espaço das valências necessárias à promoção da qualidade de vida no concelho.

Para declarações contactar: Presidente da Câmara Municipal de Beja

Postais do Alentejo - Beja - Torre de Menagem


quarta-feira, 16 de maio de 2018

Beja Romana


A grandeza e imponência de Pax Julia revive-se, de 17 a 20 de maio, no centro histórico da cidade de Beja. Música, animação, cortejos, mercado, acepipes, museu ao vivo, espetáculos de fogo, visitas pedagógicas e outras experiências são algumas das propostas para a 5ª edição do Festival Beja Romana.

Sob o tema da Fundação de PAX JULIA , a organização lançou o desafio para um maior envolvimento das escolas do concelho, de forma a integrar atividades mais significativas para a comunidade escolar.  Exemplo disso são as inúmeras oficinas que vão decorrer durante estes 3 dias. Escrita romana, destilaria de perfumes, cerâmica, mosaicos romanos, tecelagem, marcenaria, ferraria, jogos de mesa do período romano, dança, peddy paper, treino de armas e jogos de destreza são algumas das propostas dirigidas aos mais novos.

Pela importância dos conteúdos que promove, pela dinâmica que desenvolve no âmbito educativo e pela experiência de excelência que proporciona aos seus participantes o Festival Beja Romana é um evento de e para a comunidade escolar que se abre à população e a quem nos visita.

Destaque para o cortejo de abertura, o Forum virtual que permite a visualização do fórum romano de Pax Julia,  a recriação da casa romana (DOMUS) na igreja da Misericórdia, a prova comentada de vinho da talha (método de produção do período romano), a noite dos museus (de 17 a 19) que convida a visitas guiadas fora de horas, visitas gratuitas à villa romana de Pisões, e as diversas exposições que decorrem em permanência em vários espaços.

A Praça da República, local onde se situava o forum e onde estão identificados dois templos romanos, um dos quais, o maior e mais monumental descoberto até hoje em território português, é o epicentro desta recriação.

terça-feira, 8 de maio de 2018

Descubra o maior Centro Industrial de Salgas de Peixe no Império Romano


Em Portugal, mais propriamente ao longo das margens do Sado, encontram-se as Ruínas Romanas de Troia, construídas há mais de 2.000 anos, estes vestígios que ainda restam deixam a marca do que outrora foi o maior centro industrial de salgas de peixe no Império Romano. 

Na altura, construído com o intuito de beneficiar da riqueza do peixe que provinha do Oceano Atlântico, e também da qualidade do sal contida no mesmo que se acumulava ao longo das margens do Sado. Estima-se que este espaço tenha sido utilizado até ao século VI. Neste local podemos encontrar hoje, diversos compartimentos desenvolvidos especificamente para realizar a salga do peixe. As mais conhecidas são, sem sombra de dúvida, as oficinas de salgas onde se encontram tanques que serviam para preparar os molhos dos peixes. Localizavam-se ainda outros locais, tais como: termas com salas e tanques para banhos quentes e frios; um núcleo de habitações constituído por casas de rés-do-chão e primeiro piso; rota de água; um mausoléu; necrópoles com sepulturas e uma igreja paleocristã com paredes pintadas a fresco.   

Crê-se que este centro industrial de salgas de peixe, tenha tido o início da sua construção no século I, o que representa uma utilização desta localização entre os séculos I e VI, que se diz ter resultado na povoação da mesma, sendo grande parte deste agregado populacional dedicada à atividade piscatória. Esta atividade industrial estava centrada na pesca e no fabrico do peixe em conserva, que mais tarde era exportado para o resto do Império Romano

A localização das oficinas de salga, era ideal para beneficiar de todas as condições propícias a este tipo de produção. A própria arquitetura do centro industrial era própria para melhorar todo o processo. Eram colocadas as oficinas que continham os tanques (conhecidos por Cetárias) em redor de uma espécie de pátio central, sendo que se pode registar a existência de pelo menos 20 tanques, todos com dimensões bastante elevadas. Tais condições, revelam um ambiente e meios propícios a uma produção considerável de quantidade de peixe para a exportação. 

A partir de 1910 estas Ruínas estão classificadas como Monumento Nacional. Em 2005, perante um Protocolo celebrado com o Instituto Português do Património Arquitetónico (IPPAR) e o Instituto Português de Arqueologia (IPA), que é atualmente parte do Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico (IGESPAR), o Troia Resort criou uma equipa de arqueologia que desenvolve trabalhos de investigação no local. 


Devido à realização dos trabalhos arqueológicos que estão em curso, tornou-se possível a abertura deste local arqueológico para visita do mesmo. O percurso de visita, foi instaurado em 2010, e contém painéis explicativos ao longo do percurso, mais especificamente em sete pontos de observação e sinalética que indicam alternativas de percurso. A basílica paleocristã apenas é permitida visitar em visitas guiadas, mas é considerada das maiores atrações do percurso devido a todas as suas componentes arqueológicas e arquitetónicas. Através da visita à basílica, os seus visitantes ficam a conhecer toda a arte e riqueza das pinturas romanas que revestem as paredes da mesma. Podem-se observar vários tipos de padrões nas pinturas, característicos da época, como padrões geométricos, marmoreados, rosas, aves ou até mesmo o cântaro – característico de toda a temática paleocristã. 

O percurso escolhido para a visita vai fazer com que recue, inevitavelmente, no tempo para que possa apreciar este monumento histórico que se manteve durante 2.000 anos para poder mostrar este enorme centro industrial de salgas de peixe que contribuiu para a pesca no Império Romano.

O percurso, criado em 2011 por Hipólito Bettencourt – arquiteto paisagista -, é constituído por 450 metros e teve colaboração do designer Francisco Providência no desenvolvimento de outros elementos. 

Um monumento que nos permite ligar àquele que foi o grande Império Romano, localizado na zona costeira de Portugal, nas margens do Sado, em Troia.