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segunda-feira, 7 de abril de 2025

Castelo Velho e Pedra do Charro (Terena)

No sopé da vertente Norte abre-se uma pequena galeria irregular, artificialmente afeiçoada, conhecida como a Casa da Moura; pode tratar-se quer de uma sondagem de mineração quer de um espaço ritual, com paralelos nos ‘santuários’ etnográficos frequentes na região, cuja caraterística comum é a existência de uma cavidade na rocha e que a tradição popular atribui sistematicamente às mouras encantadas. (…) Numa pequena elevação coroada por uma formação rochosa de forma vagamente antropomórfica, junto da presumível entrada principal do povoado, regista-se a presença de cerâmicas, escórias de fundição e restos de estruturas. A tradição popular considera este local, denominado ‘Pedra do Charro’, a sepultura de um bandoleiro solitário, o Charro, enterrado com todas as suas riquezas. De fato, pode tratar-se de uma área de habitat marginal, nomeadamente o local das atividades metalúrgicas, numa determinada época do povoado. Pode tratar-se também de uma necrópole relacionada com o povoado, o que daria algum fundamento à tradição local.

(In Calado, Manuel, Carta Arqueológica do Concelho de Alandroal, 1993)

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