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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Lendas do convento da Provença (Ribeira de Nisa)

Na manhã de S. João, aparecia ao pé da fonte uma menina com um tabuleiro de nozes, que as oferecia a quem a visse. Como ninguém aceitasse partir uma só noz, ela permanece encantada até que alguém numa manhã de S. João lhe quebre o encanto. Se acaso ninguém a visse, deixava na terra as suas pegadas.



Que também ao pé do tanque um homem viu uma serpente que procurava lamber-lhe as mãos, para assim se desencantar.



Também no velho convento, dentro de uma pedra que tinha letras que ninguém entendia, havia um encanto. Para quebrarem esse encanto, foram três homens, os quais riscaram no chão um quadrado, acenderam três velas, e começaram a ler o livro de S. Cipriano. O que aconteceu ao lerem o primeiro capítulo, não se lembrava a pessoa, mas ao lerem o segundo, o mato começou a crescer dentro da casa, e as velas apagavam-se e acendiam-se por si. No último capítulo ouviram um barulho medonho vindo do interior da pedra, bem como uma voz que dizia:

- “Não tenteis tirar o encanto, senão morrereis.”

Os homens não fizeram caso, mas o barulho cresceu como se fossem montanhas a cair, e eles fugiram cheios de medo.

Versões de Ribeira de Nisa (Portalegre), recolhidas e publicadas por Maria Tavares Transmontano (1989) – Subsídios para a Monografia da Ribeira de Nisa (Concelho de Portalegre), Portalegre, Edição da Autora: 37 – 38.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Lenda do tesouro da Serra de São Mamede


[C]onta[-se] […] que há na Serra um sino de ouro, que já tem o pé gasto das cabras lhe passarem por cima.

Versão de proveniência desconhecida, recolhida e publicada por Maria Tavares Transmontano (1994) – “Serra de São Mamede”, in Sol XXI – Revista Literária, Lisboa, nº 11, Dezembro: 80.

domingo, 5 de outubro de 2014

Lenda do tesouro da igreja de São Domingos (Fortios)

[M]e deixeram alguns velhos daqueles montes que se tem por tradição antiga haver naquele lugar (aquém os mouros chamam S. Domingos da Penha) o maior tesouro junto que há no mundo, porque afirmam estarem dous sinos muito grandes enterrados ao pé de ũa figueira alvar, cheios de ouro amoedado […].

Versão de Fortios (Portalegre), recolhida em finais do século XVI ou princípios do século XVII por Diogo Pereira Sotto Maior (1984) – Tratado da Cidade de Portalegre, (introdução, leitura e notas de Leonel Cardoso Martins), Lisboa, INCM / Câmara Municipal de Portalegre: 42.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

O último abegão em Serpa

É uma maravilha ver a precisão de movimentos com que molda o azinho, apesar dos seus 88 anos, não utiliza novas tecnologias que poderiam facilitar o seu trabalho, tudo aqui é artesanal, como se o tempo